Governo Lula nega ação hacker da Abin contra o Paraguai
Operação de espionagem teria sido iniciada sob Bolsonaro e continuada na nova gestão; Planalto afirma desconhecer ação e nega participação
Por Plox
31/03/2025 18h22 - Atualizado há cerca de 2 meses
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou, nesta segunda-feira (31), qualquer participação em uma suposta operação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que teria mirado o governo do Paraguai em março de 2023.

De acordo com informações divulgadas pelo portal UOL, essa ação teria sido inicialmente planejada ainda durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas a sua execução teria ocorrido já no início da atual gestão, sob autorização do então presidente da Abin, Luiz Fernando Corrêa.
O objetivo da operação, conforme a reportagem, seria acessar ilegalmente computadores para obter dados confidenciais relacionados às negociações das tarifas da usina de Itaipu, cujos termos estavam sendo rediscutidos após o encerramento do antigo acordo bilateral entre Brasil e Paraguai.
Em resposta oficial, o Palácio do Planalto declarou: “Desmente categoricamente qualquer envolvimento em ação de inteligência, noticiada hoje, contra o Paraguai, país membro do Mercosul com o qual o Brasil mantém relações históricas e uma estreita parceria”.
O governo também explicou que a autorização para a operação teria sido concedida em junho de 2022, ainda durante a administração anterior. A atual gestão teria anulado os efeitos da ação por meio do diretor interino da Abin em 27 de março de 2023, assim que tomou conhecimento do caso.
Ainda segundo o governo, o atual diretor-geral da Abin estava passando por processo de aprovação no Senado Federal à época e assumiu oficialmente o cargo somente em 29 de maio de 2023.
O caso passou a ser investigado pela Polícia Federal, que busca esclarecer se houve irregularidades tanto no planejamento quanto na execução da operação de espionagem.