PodPlox: cigarro causa 8 milhões de mortes no mundo todo ano

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Por Plox

31/05/2023 18h49 - Atualizado há mais de 1 ano

Você é fumante e quer largar o vício para não entrar na seguinte estatística: oito milhões de pessoas morrem todos os anos por doenças provocadas pelo cigarro? O cálculo é da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesta quarta-feira (31) é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco, criado em 1987. E sabia que o SUS tem estratégias para te ajudar a parar de fumar? Quem vai explicar tudo e dar aquela força é a Michely Trindade, psicóloga do Programa de Saúde Mental, e Liliane Silveira Lage, enfermeira referência em saúde do adulto e idoso, tuberculose, hanseníase e tabagismo, as duas da Prefeitura de Ipatinga.

 

De acordo com a OMS, o tabagismo é responsável por cerca de 8 milhões de mortes anualmente em todo o mundo, além dos problemas de saúde associados, como câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias, entre outras.
A enfermeira Liliane Silveira Lage, referência do Programa Nacional de Controle ao Tabagismo em Ipatinga, comenta: “O Programa Nacional de Controle ao Tabagismo contempla todos os municípios. O Estado oferece os subsídios para a execução, tais como assessoria da Gerência Regional de Saúde (no caso de Ipatinga, a GRS Coronel Fabriciano); medicamentos e insumos (solicitados pelo farmacêutico cadastrado no sistema SIGAF e somente quando o Estado disponibiliza); materiais de apoio (livretos para as quatro sessões iniciais e manual do coordenador). Quando o município faz a previsão com a quantidade de medicação necessária para executar o programa, o Estado analisa se terá estoque suficiente e, muitas vezes, envia uma quantidade bem menor que a solicitação realizada”. 
De acordo com a Secretaria de Saúde, a pessoa que deseja parar de fumar pode procurar a unidade básica de referência ou seu Agente Comunitário de Saúde para se cadastrar. O município de Ipatinga promove capacitação para os profissionais que conduzem os grupos, de acordo com as diretrizes do Programa Nacional de Controle ao Tabagismo. Mediante o quantitativo de insumos e medicamentos enviados pelo Estado é definido o número de pessoas contempladas.

Se você deseja abandonar o tabagismo, confira as dicas a seguir:
Estabeleça uma data para parar: defina uma data específica para deixar de fumar e se comprometa com ela. Escolher um dia significativo, como o Dia Mundial sem Tabaco, pode ajudar a fortalecer a motivação.
Busque apoio: procure apoio de amigos, familiares e profissionais de saúde. Ter pessoas ao seu redor que entendem sua jornada e oferecem suporte emocional é fundamental para o sucesso.
Identifique gatilhos: reconheça os momentos, locais ou situações que o levam a acender um cigarro. Pode ser o estresse, o café ou o encontro com determinadas pessoas. Encontre alternativas para lidar com esses gatilhos sem recorrer ao cigarro.
Mantenha-se ocupado: encontre atividades que possam ocupar sua mente e suas mãos, como exercícios físicos, leitura, pintura ou qualquer outra coisa que o mantenha distraído e focado em outras coisas além do cigarro.
Procure ajuda profissional: medicamentos, terapia de reposição de nicotina e aconselhamento especializado são recursos que podem aumentar as chances de sucesso no processo de abandono do tabagismo. Consulte um médico ou profissional de saúde para obter.

Doenças
Além de causar dependência, o fumo provoca quatro vezes mais doenças coronarianas, acidente vascular cerebral (AVC); 12 vezes mais doenças de pulmão; no caso das mulheres, de 12 a 13 vezes mais câncer de pulmão; no caso do homem, mais 23 vezes câncer de pulmão. 
Mulheres
De acordo com dados da OMS de 2020, as doenças cardiovasculares são responsáveis por um terço de todas as mortes de mulheres no mundo, o equivalente a cerca de 8,5 milhões de óbitos por ano. As mulheres têm 50% mais probabilidades de sofrerem infarto do que homens, diz a OMS. As mulheres que fumam, percentualmente, acabam tendo mais doenças cardíacas do que os representantes do sexo masculino. 
Jovens
A grande preocupação hoje dos médicos é com o tabagismo na população jovem que, apesar das campanhas antitabagismo, vem crescendo muito, principalmente pelo uso do cigarro eletrônico. Esse tipo de cigarro abre as portas do tabagismo mais cedo, com malefícios ainda mais difíceis de serem medido a longo prazo. Os jovens têm começado a fumar cada vez mais cedo e, muitas vezes, começam através do cigarro eletrônico, até pelo mito de que esse tipo de cigarro traria menos malefícios do que o cigarro convencional. É provável também, segundo os especialistas, que devido à socialização e pelos dispositivos eletrônicos, esse tipo de cigarro cai muito mais no gosto da população adolescente e adulto jovem.
Recuperação
O pneumologista da Fundação São Francisco Xavier, Marcos de Abreu, explica que um dos principais males associados ao tabagismo é a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), caracterizada pela presença de enfisema pulmonar e bronquite crônica. Entre os sintomas, estão falta de ar, tosse e chiado no peito. Além da DPOC, mais de 50 doenças estão associadas ao tabagismo. A nicotina aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca, danifica os vasos sanguíneos e promove a formação de coágulos. Esses efeitos combinados podem resultar em obstruções das artérias e eventos cardiovasculares graves.
Marcos Abreu assegura, porém, que sempre é tempo para largar o vício e que os resultados positivos no corpo podem ser vistos com rapidez, mesmo em pacientes que fumam há longo tempo. Ao parar de fumar, a função pulmonar do paciente melhora, diminui a progressão de danos aos pulmões e o risco de desenvolver doenças respiratórias e câncer cai de forma gradativa. Para o médico, o Dia Mundial sem Tabaco visa alertar a população sobre os males à saúde do tabagista e promover a conscientização sobre os benefícios trazidos em largar o hábito de fumar.
Doença causada pela dependência química da nicotina, substância viciante presente no tabaco, o tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas anualmente no mundo, de acordo com estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desse total, 7 milhões são fumantes ativos e cerca de 1,2 milhão são pessoas expostas à fumaça do cigarro, os chamados fumantes passivos.
 

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