Aliados desafiam ameaças nucleares de Putin e liberam uso de armas contra a Rússia

Medida provoca questionamentos sobre a reação de Moscou após ataques a bases russas

Por Plox

31/05/2024 13h53 - Atualizado há cerca de 2 meses

Os Estados Unidos e seus principais aliados na OTAN decidiram desafiar as ameaças nucleares de Vladimir Putin de forma aberta pela primeira vez desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. Após uma série de anúncios de membros da aliança militar ocidental, permitindo o uso de armas doadas a Kiev contra alvos em território russo, Washington e Berlim se juntaram aos aliados, cada um com suas medidas específicas.

Foto: Reprodução vídeo

Decisões americanas e alemãs

Na quinta-feira (30), informações vazadas ao site Politico e ao jornal The New York Times revelaram que os Estados Unidos permitiriam o uso de suas armas contra alvos militares russos envolvidos na ofensiva contra Kharkiv. Embora sem confirmação oficial, a notícia destaca um teste de estresse significativo para as relações internacionais.

Simultaneamente, a Alemanha anunciou oficialmente uma decisão semelhante, junto com um pacote adicional de ajuda militar a Kiev. No entanto, a Alemanha decidiu não fornecer os desejados mísseis de cruzeiro Taurus, uma demanda antiga do presidente ucraniano Volodymyr Zelenski.

Reações e expectativas

O presidente ucraniano, que estava em Estocolmo nesta sexta-feira para assinar acordos militares com a Suécia e a Noruega, reconheceu a intenção americana, mas ressaltou a necessidade de ver a prática: "Recebemos a mensagem do lado americano hoje cedo. Eu não posso dar detalhes, quero ver na prática o que será", afirmou Zelenski.

Por outro lado, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, enfatizou a legitimidade das ações: "Os russos nos ameaçam desde o começo da guerra, e não nos dissuadiram. Autodefesa não é escalada. É um direito fundamental, entronizado na Carta da ONU. Nós temos o direito de ajudar a Ucrânia a manter seu direito de autodefesa", disse após uma reunião de chanceleres da OTAN em Praga.

Resposta de Moscou

Até o momento, Moscou evitou uma reação direta à nova situação. Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que não tinha detalhes sobre a decisão de Biden e nem sabia se ela era real. Dmitri Medvedev, ex-presidente russo, reiterou em rede social que a Rússia não está blefando sobre o uso de armas nucleares, dando a Putin tempo para medir sua resposta.

Putin tem utilizado ameaças nucleares desde antes da invasão, em fevereiro de 2022, para manter os EUA e seus aliados fora do conflito direto. Recentemente, ordenou exercícios com armas nucleares táticas em resposta às sugestões de envio de tropas por Macron e à liberação do uso de armas contra solo russo por Londres.

Bombardeios contínuos

Apesar do debate político, os ataques continuam. Nesta sexta-feira, os russos bombardearam Kharkiv novamente, a segunda maior cidade da Ucrânia. Peskov declarou: "Sabemos que a Ucrânia vem tentando nos atingir com armas americanas" na região, agora uma política de Estado em Washington e outras capitais, potencialmente abrindo uma nova fase perigosa na guerra.

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