Biden anuncia proposta de cessar-fogo de Israel e insta Hamas a aceitar acordo

Novo acordo inclui retirada de forças israelenses e libertação de reféns

Por Plox

31/05/2024 19h49 - Atualizado há cerca de 2 meses

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta sexta-feira (31) que Israel apresentou uma proposta de cessar-fogo “global”. Em um pronunciamento na Casa Branca, Biden revelou que o plano de Israel prevê a retirada de todas as suas forças do território palestino por seis semanas, um cessar-fogo completo e a libertação de todos os reféns.

Foto: Reprodução/TV

Proposta de três fases

Biden delineou um plano composto por três fases. A primeira fase consiste em um cessar-fogo de seis semanas e a retirada das forças israelenses de áreas povoadas do território palestino. Durante esse período, seriam iniciadas negociações para alcançar a segunda fase, que inclui o fim definitivo dos combates e a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, além da libertação de mulheres e crianças. A terceira e última fase abrange a libertação de todos os reféns em Gaza.

O presidente americano fez um apelo ao Hamas para que “aceite o acordo”. “É hora de esta guerra acabar”, afirmou Biden. “Não podemos deixar passar esta oportunidade”, reiterou. A proposta já foi encaminhada ao Catar e ao Hamas.

Pressão internacional e reconstrução de Gaza

Biden pediu ao governo israelense que resista à “pressão” de apoiadores de um conflito “interminável” e destacou que a normalização das relações entre Israel e a Arábia Saudita é um objetivo de longo prazo, podendo o país integrar uma “rede de segurança regional”. Além disso, o presidente americano mencionou um grande programa de reconstrução em Gaza, onde os civis vivem "no inferno", que ocorreria ao final do processo de trégua. Segundo Biden, este é um "momento decisivo", embora reconheça que "nada era simples".

Resposta do Hamas e situação em Rafah

O Hamas declarou na quinta-feira estar disposto a uma trégua na Faixa de Gaza que inclua um "acordo abrangente sobre uma troca" de prisioneiros, mas exige que Israel interrompa seus bombardeios.

Enquanto isso, o Exército israelense confirmou, nesta sexta-feira (31), que suas tropas haviam entrado no centro de Rafah, apesar dos apelos internacionais para interromper a ofensiva terrestre na cidade do sul de Gaza. A preocupação com a segurança dos civis palestinos em Rafah não impediu Israel de continuar a operação iniciada em 7 de maio com o objetivo de eliminar o Hamas.

Biden, que ameaçou reconsiderar seu apoio a Israel em caso de uma ofensiva em larga escala em Rafah, já havia dito que faria uma declaração sobre a situação no Oriente Médio na sexta-feira, informou a Casa Branca. A pressão americana pode ter sido decisiva no acordo proposto por Israel. Antes da operação israelense em Rafah, a ONU estimava que 1,4 milhão de pessoas se refugiavam na cidade. Desde então, um milhão de pessoas fugiram, segundo a Agência da ONU para os refugiados palestinos.

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