Supermercados Dia vendidos por 100 euros para gestora brasileira

Compra faz parte de estratégia do grupo espanhol para se concentrar em mercados mais lucrativos como Espanha e Argentina

Por Plox

31/05/2024 14h46 - Atualizado há cerca de 2 meses

 grupo varejista espanhol Dia anunciou nesta sexta-feira (31) a venda de seus negócios no Brasil para a gestora de ativos brasileira MAM, pertencente ao Banco Master, por um "preço simbólico" de 100 euros (cerca de R$ 565). A venda faz parte de uma estratégia do grupo espanhol para se concentrar em mercados mais lucrativos, como Espanha e Argentina.

Foto: Divulgação/Dia

Situação da operação brasileira

Atualmente, a rede Dia opera 245 lojas no estado de São Paulo, que continuarão abertas normalmente. A operação brasileira está em recuperação judicial desde março, acumulando R$ 1 bilhão em dívidas, principalmente com fornecedores e bancos.

Para viabilizar a transação, o grupo Dia se comprometeu a transferir 39 milhões de euros (R$ 220 milhões) para sua unidade brasileira antes da venda, resultando em um prejuízo de 101 milhões de euros no balanço da empresa.

Contexto da venda

Em março, o grupo havia anunciado o fechamento de mais de 300 lojas e três depósitos no Brasil devido aos resultados negativos do último ano. Desde sua entrada no Brasil em 2001, o grupo investiu fortemente no país, mas não obteve o retorno esperado, conforme comunicado da subsidiária brasileira.

Reestruturação global

O grupo Dia está vendendo ativos globalmente para reduzir sua dívida financeira líquida. Em 2023, o varejista já havia decidido deixar o mercado português, onde operava cerca de 500 supermercados.

Foco nos mercados rentáveis

A decisão de vender as operações no Brasil é parte de um plano maior de focar nos mercados da Espanha e da Argentina, onde o grupo mantém "posição relevante". As operações da Dia em São Paulo empregam mais de 2.500 trabalhadores, cuja continuidade foi assegurada no anúncio da venda.

A reestruturação e a venda dos ativos refletem a tentativa do grupo Dia de estabilizar suas finanças e concentrar recursos em mercados mais promissores, após anos de investimentos no Brasil que não resultaram no retorno esperado.

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