Cão barrado três vezes por companhia aérea consegue viajar e reencontra criança autista

Depois de quase dois meses de separação, o cão de assistência Teddy finalmente reencontrou sua tutora, a menina Alice, de 12 anos, que é autista e não verbal. O reencontro comovente aconteceu em Lisboa, Portugal, para onde o animal conseguiu embarcar na tarde da sexta-feira (30), após uma jornada de negativas e obstáculos burocráticos.

Foto: Reprodução

O avião que transportava Teddy aterrissou na capital portuguesa na madrugada deste sábado (31). Alice permaneceu em casa durante o desembarque, dormindo, enquanto sua mãe se dirigia ao aeroporto para buscar o cão. A decisão foi tomada para preservar o bem-estar emocional da criança, diante da longa espera.

O trajeto de Teddy até Lisboa não foi simples. A família enfrentou três negativas consecutivas por parte da companhia aérea TAP, que alegou problemas com a documentação e regras de segurança. Na primeira tentativa, em 8 de abril, a empresa cancelou a passagem de Teddy com 24 horas de antecedência, afirmando que os documentos do cão não seriam aceitos em território português.

Em nova tentativa, em 24 de maio, a irmã de Alice, Hayanne Porto, tentou embarcar com o cão e uma ordem judicial autorizando a viagem. Apesar de apresentar toda a documentação exigida, a TAP alegou que Teddy não poderia estar na cabine porque não acompanhava diretamente Alice, violando, segundo a companhia, o manual de operações e comprometendo a segurança do voo.

A terceira tentativa de embarque, ainda no dia 24, também foi frustrada. A TAP conseguiu uma liminar judicial que permitiu a decolagem da aeronave sem a presença do cão e de Hayanne, que também estava pronta para viajar. Como o Certificado Veterinário Internacional (CVI) de Teddy venceria no dia 25 de maio, a família teve de providenciar uma nova versão do documento para garantir a validade do embarque.

Durante a tão esperada viagem, o animal foi acompanhado por Hayanne e pelo treinador Ricardo Cazarotte, encarregado de zelar pelo bem-estar do cão. Agora, com Teddy finalmente ao lado de Alice, a família pode respirar aliviada após uma verdadeira maratona entre burocracias e decisões judiciais.

O caso evidencia os desafios enfrentados por pessoas que dependem de animais de assistência e reforça a importância da empatia e da adaptação das normas para garantir os direitos de todos.