Acusada de racismo e agressão, advogada se desculpa e é solta pela Justiça
Fabiani Marques Zouki foi detida por ofensas racistas e agressão em fast-food de SP, mas foi liberada pela Justiça.
Por Plox
31/07/2024 10h06 - Atualizado há cerca de 2 meses
Fabiani Marques Zouki, envolvida em um incidente de racismo e agressão contra funcionários de uma rede de fast-food em São Paulo, divulgou uma nota pedindo desculpas. Detida na semana passada, a advogada foi liberada pela Justiça.
Incidente no Burger King
Na noite de quinta-feira (25), Fabiani foi presa em flagrante após ser acusada de ofender e agredir cinco funcionários do Burger King de Moema, Zona Sul de São Paulo. A situação foi registrada por testemunhas e amplamente compartilhada nas redes sociais. Pablo Ramon da Silva Ferreira, supervisor do estabelecimento, relatou que a advogada o chamou de "macaco sujo" e exigiu atendimento imediato em cabines fechadas.
Depoimentos e vídeos
Pablo contou à TV Globo que, após os insultos, deu um soco no retrovisor do carro de Fabiani. Em um vídeo, ele confronta a advogada, dizendo: "Quem é o macaco agora? Quem é o preto agora? Você tem sorte que eu não quebrei a sua cara...". O supervisor também mencionou que Fabiani o agrediu com um tapa no ouvido, quebrando seu fone de ouvido.
Outro vídeo, gravado por uma testemunha, mostra Fabiani dizendo: "Falou que eu chamei de 'preto' de 'macaco'... viajou na maionese. E daí, se eu tivesse chamado? Isso não é justificativa para quebrar meu carro."
Agressões a outros funcionários
Além de Pablo, outros quatro funcionários, incluindo um homem e três mulheres, também foram agredidos por Fabiani. Duas atendentes afirmaram que foram atacadas fisicamente, uma recebendo um tapa na boca e outra, um soco no rosto.
Resposta de Fabiani e seu advogado
Na nota divulgada através de seu advogado, Carlos Eduardo Lucera, Fabiani expressou: "Lamenta profundamente tudo o que aconteceu" e "deixa claro, apenas para que a informação seja completa, que no momento dos fatos foram dirigidas ofensas e xingamentos contra si." Ela também mencionou estar sendo bombardeada por mensagens de ódio desde o incidente.
Medidas legais e situação atual
Fabiani foi levada ao 27º Distrito Policial (DP), onde o caso foi registrado como "injúria racial" e "embriaguez ao volante". A Polícia Civil indiciou a advogada, sendo o crime de injúria racial inafiançável e equiparado ao racismo. A Justiça decidiu soltá-la na sexta-feira (26), com a condição de cumprir medidas cautelares, incluindo manter distância de 300 metros das vítimas e do Burger King de Moema, comparecer mensalmente ao fórum e atualizar seu endereço residencial.
Status profissional de Fabiani
O Cadastro Nacional de Advogados (CNA) da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informa que o registro de Fabiani como advogada está "cancelado", a pedido da própria.
Posição do Burger King
Em nota, o Burger King declarou: "A empresa não compactua de forma alguma com ofensas racistas, discriminação ou agressão física, e está colaborando com as autoridades para a investigação policial. Estamos prestando toda a assistência psicológica e jurídica aos funcionários envolvidos na ocorrência."