Haddad minimiza impacto de tarifaço de Trump, mas alerta para setores em crise
Ministro vê espaço para negociação após anúncio de sobretaxa dos EUA, mas cita prejuízos para mercados como carne, frutas e café
Por Plox
31/07/2025 11h33 - Atualizado há 2 dias
Durante uma coletiva realizada nesta quinta-feira (31), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, analisou o impacto do novo pacote tarifário imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A medida, oficializada pelo presidente Donald Trump, elevou a alíquota para 50% em diversas mercadorias. No entanto, aproximadamente 700 itens estratégicos ficaram de fora da nova taxação, entre eles, produtos dos segmentos aeronáutico, energético e partes do agronegócio.

Segundo cálculos da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), as exceções incluídas no decreto norte-americano limitam o impacto direto da medida a cerca de 43% do valor total das exportações brasileiras aos EUA em 2024. Apesar da gravidade, Haddad avaliou o resultado como menos severo do que se esperava inicialmente. Para ele, trata-se de um \"ponto de partida melhor que o imaginado\" para possíveis diálogos futuros com o governo norte-americano.
Ainda assim, o ministro expressou preocupação com alguns segmentos que foram diretamente afetados e que, segundo ele, enfrentam uma situação crítica. $&&$“Há muita injustiça nas medidas anunciadas ontem. Há setores que não precisariam estar sendo afetados. Nenhum, a rigor, mas há casos que são dramáticos e deveriam ser considerados imediatamente”$,&&$ declarou Haddad, destacando especificamente os mercados de carne bovina, frutas e café como os mais prejudicados pela nova política de taxação.
Como resposta imediata à decisão de Trump, o governo federal prepara um pacote emergencial de apoio voltado aos setores mais atingidos. As medidas, atualmente em finalização pela equipe da Fazenda, devem ser submetidas à Casa Civil nos próximos dias. Entre as propostas estão linhas de crédito específicas, possibilidade de adiamento de tributos e até a criação de um plano de proteção ao emprego, semelhante ao modelo utilizado durante a pandemia da Covid-19, no qual o governo dividia o pagamento dos salários com as empresas.
O objetivo é mitigar os efeitos negativos da decisão norte-americana na indústria, na geração de empregos e no agronegócio nacional. Haddad reforçou que o Brasil também pretende recorrer contra as medidas impostas pelos EUA tanto junto às autoridades daquele país quanto em organismos internacionais.
$&&$“Vamos sensibilizar que isso não interessa apenas ao Brasil, mas a toda a América do Sul”$,&&$ afirmou o ministro, demonstrando a intenção de buscar apoio diplomático regional para enfrentar a situação.