Secretaria do Tesouro dos EUA busca diálogo com o Brasil sobre tarifas

Reunião com o Ministério da Fazenda do Brasil será o ponto de partida para as negociações sobre tarifa imposta por Trump

Por Plox

31/07/2025 16h12 - Atualizado há 1 dia

Integrantes do Ministério da Fazenda do Brasil se preparam para uma reunião com representantes da Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos para discutir o tarifaço imposto pela administração de Donald Trump sobre produtos brasileiros. O encontro, ainda sem data definida, foi anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que destacou que esta reunião será apenas o início das negociações sobre o tema.


Imagem Foto: Ministério da Fazenda


O ministro explicou que o primeiro encontro entre o governo brasileiro e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, ocorreu em maio, antes do anúncio das novas tarifas. Segundo Haddad, a assessoria de Bessent entrou em contato com o Brasil em 30 de julho, informando que a segunda rodada de negociações será agendada.



“A primeira reunião foi positiva, mas agora teremos uma rodada mais focada em apresentar o ponto de vista do Brasil sobre as tarifas”, afirmou o ministro. Para ele, as medidas impostas por Trump são injustas e ainda há muito a ser negociado, mesmo que o Brasil esteja em uma posição mais favorável do que se imaginava inicialmente.



O governo dos EUA anunciou no dia 30 de julho que 43% das exportações brasileiras estarão isentas da tarifa de 50%, o que inclui 694 produtos, mas cerca de 25% dos produtos do setor mineral foram taxados.



Em resposta ao anúncio, Haddad afirmou que o Brasil precisará ajustar o programa de proteção a empregos nos setores da indústria e do agronegócio, que está em elaboração e deve ser anunciado no início de agosto. O ministro indicou que essas medidas estarão prontas para serem enviadas à Casa Civil assim que as negociações avançarem.



Ele também enfatizou que o Brasil continuará na mesa de negociações e que a situação atual não impede que o país busque soluções. “Nada do que foi decidido pode ser revisto, estamos em busca de uma solução justa”, disse Haddad.



Além do tarifaço, o ministro comentou também sobre as sanções aplicadas pelo governo dos EUA ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e criticou a atitude americana, chamando-a de um erro. Para Haddad, é importante que os EUA compreendam como o sistema judiciário brasileiro funciona, e que há diversos mecanismos para questionar decisões sem recorrer a sanções externas.



O ministro fez questão de lembrar que o Brasil tem uma democracia consolidada, e que, em caso de descontentamento, há a possibilidade de recorrer em tribunais internacionais, como o comitê de Direitos Humanos da ONU. Ele também ressaltou que o Brasil nunca deixou a mesa de negociações e continuará a lutar pelos seus interesses.


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