Fabriciano apresenta diagnóstico situacional das pessoas em situação de rua

O município tem hoje 93 pessoas em situação de rua

Por Plox

31/08/2022 15h31 - Atualizado há cerca de 2 anos

Nesta terça-feira (30), foi apresentado para autoridades e representantes da sociedade, o 1º Diagnóstico Situacional das Pessoas em Situação de Rua de Coronel Fabriciano. O documento tem como objetivo  mostrar em dados como vivem, o que querem e de onde vieram as pessoas em situação de rua no município.

A pesquisa irá ajudar a direcionar  futuras politicas públicas do município. Foto: Divulgação/Prefeitura de Coronel Fabriciano.

 

A pesquisa foi realizada em parceria com estagiários do Centro Universitário Unileste e Faculdade Pitágoras e levou cerca de  três meses para ser concluída. O estudo servirá de parâmetro para as políticas públicas municipais não apenas no âmbito da assistência social, mas também nas áreas da educação, saúde, planejamento urbano e obras. As informações estarão disponíveis para estudos e tomadas de decisão.

A metodologia usada foi de questionário semi-estruturado em abordagem presencial

contendo 64 questões. Segundo o diagnóstico, Coronel Fabriciano possui 93 pessoas em situação de rua. Todas estão cadastradas pelo serviço público.

Conforme Meira Gouveia, coordenadora do Centro POP (Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua), a pandemia favoreceu o “aumento considerável de pessoas em situação de rua”.

Dados da pesquisa

Das 93 pessoas identificadas, 83 foram localizadas pelos pesquisadores, 38 responderam ao questionário e 45 não quiseram responder. Dentre as revelações da pesquisa, alguns dados chamam a atenção:

Dos 38 entrevistados, 14 são naturais de Coronel Fabriciano;

10,5% estão na cidade há menos de 1 ano;

83% têm entre 20 e 59 anos;

73,7% se considera parda ou preta;

71,1% sabem ler e escrever e mais de 13% concluíram o ensino médio.

A pesquisa também abordou necessidades básicas das pessoas em situação de rua, como onde e quando se alimentam, se conseguem água para beber e como fazem suas higienes pessoais.

Se já teve problemas de saúde, se fuma ou já fumou e se já passou pelo sistema prisional. Outro dado importante revelado pela pesquisa diz que 68,4% deles já trabalhou com carteira assinada e que mais de 31% ainda fazem bicos para sobreviver. Questões de gênero, sexualidade, comportamento sexual e uso de drogas também foram abordadas.

Com o documento em mãos, a Secretária de Governança de Assistência Social, Letícia Godinho, acredita ter condições de planejar ações de médio e longo prazo. “São dados muito importantes que refletem os efeitos da pandemia na vida dos mais vulneráveis e vão nortear o planejamento das políticas públicas. Coronel Fabriciano sai na frente com essa iniciativa e creio que os resultados das ações que já estamos planejando também servirão de exemplo para outras cidades tendo em vista que há uma grande dificuldade de produzir dados e pesquisa sobre esse público.”, disse.


 

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