Atingidos pelo rompimento de barragem em Mariana reivindicam participação direta em acordo

Integrantes do Movimento dos atingidos por Barragens (MAB) buscam indenizações justas e participação ativa nas negociações em andamento

Por Plox

31/08/2023 11h45 - Atualizado há quase 2 anos

Na tarde de 31 de agosto, integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) organizaram uma manifestação em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Eles buscavam justas indenizações pela tragédia de 2015, em Mariana, quando o rompimento da barragem de Fundão resultou na morte de 19 pessoas e gerou um impacto devastador no meio ambiente, afetando desde a bacia do rio Doce até o oceano Atlântico.

 

 

Foto: Antônio cruz/ Agencia Brasil

Oito anos e poucas soluções

Camila Britto, coordenadora nacional do MAB, comentou sobre os desafios que a comunidade tem enfrentado desde o desastre. "Nesses quase 8 anos de rompimento da barragem, não foi garantido indenização justa e nem reparação integral", citou. Ela reforçou o desejo de participação do grupo nas decisões relativas à reparação dos danos e cumprimento dos acordos.

 

Consequências da tragédia

Desde 2015, cerca de 46 municípios sofreram as consequências do desastre, com um total de aproximadamente 48,3 milhões de metros cúbicos de lama despejados no ambiente. O MAB destacou problemas como adoecimento físico e mental, deslocamento de pessoas, enchentes e falta de perspectiva econômica para quase 1 milhão de indivíduos afetados.

 

Mobilização para justiça

A "Caminhada por Indenização Justa Já!" foi organizada no Estádio Democrata, esperando reunir cerca de 3 mil afetados pelo desastre. Durante o evento, representantes do MAB planejavam entregar uma pauta de reivindicações às autoridades presentes, incluindo membros da Advocacia-Geral da União e da Secretaria Nacional da Presidência da República. As principais exigências são a participação popular e decisiva no processo de reparação pelo rompimento da barragem.

Respostas pendentes

A reportagem tentou obter declarações da Fundação Renova, Vale, Samarco e BHP Billiton sobre a situação, mas até o momento não houve retorno por parte das entidades mencionadas.

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