Nova espécie de sapo reforça importância da biodiversidade em Minas Gerais
Pesquisadores brasileiros e britânicos encontram o Crossodactylodes serranegra, um sapo com características únicas, na Serra do Espinhaço
Por Plox
31/08/2023 07h30 - Atualizado há mais de 1 ano
Cientistas de instituições renomadas como a Unesp Rio Claro, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade de Kent, no Reino Unido, e o Instituto Biotrópicos, descobriram uma nova espécie de sapo na região de Itamarandiba, em Minas Gerais. O anfíbio, batizado de Crossodactylodes serranegra, foi localizado no Parque Estadual da Serra Negra, especificamente no topo de uma montanha da Serra do Espinhaço. "O local é conhecido pela riqueza de sua biodiversidade", afirmou o pesquisador Celio Haddad, da Unesp, um dos autores do estudo, em declarações publicadas na revista Herpetologica.

Impacto para a Ciência e Conservação
A descoberta é vista como um marco importante tanto para o conhecimento da biodiversidade brasileira quanto para futuras ações de conservação. "Quanto mais espécies conhecermos, maior as chances de encontrarmos novas substâncias na pele dos anfíbios com potencial farmacológico", explicou Haddad. O sapo tem um corpo de coloração marrom claro e dedos alaranjados, características que o distinguem das demais espécies.
Panorama Atual e Futuras Pesquisas
A descoberta do Crossodactylodes serranegra é parte de um movimento maior de identificação de novas espécies. Desde 2019, cerca de 50 novas espécies de sapos foram adicionadas à Lista de Anfíbios do Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH). "A velocidade de descrições de novas espécies vem crescendo", disse Haddad, citando o aumento no número de pesquisadores e avanços tecnológicos como fatores contribuintes.
O estudo que culminou na descoberta começou em 2017 e envolveu extenso trabalho de campo e análises genéticas e morfológicas para confirmar que se tratava de uma nova espécie. "A coloração alaranjada dos dedos e a presença de fendas vocais e odontóforos vomerianos, são algumas características que diferenciam a espécie", detalhou Marcus Thadeu Teixeira Santos, principal autor do estudo, em entrevista ao Jornal da Unesp.