Novo projeto-piloto impulsiona adoção de semana de trabalho de quatro dias no Brasil

Mais de 20 empresas, abrangendo setores de saúde a tecnologia, testarão a viabilidade de uma semana de trabalho mais curta sem cortes salariais.

Por Plox

31/08/2023 08h00 - Atualizado há quase 2 anos

O Projeto-Piloto

A partir do dia 5 de setembro, várias empresas brasileiras começarão oficialmente a testar uma semana de trabalho de quatro dias, mantendo o mesmo salário dos funcionários. "Estamos reimaginando o trabalho para a forma que ele deveria ser", afirma Gabriela Brasil, diretora de Comunidade na 4 Day Week Global, ao discutir o novo modelo de jornada, que se baseia no conceito de 100-80-100: 100% do salário, 80% das horas e 100% da produtividade.

As empresas confirmadas para o projeto-piloto são diversas, incluindo hospitais, agências de comunicação, e escritórios de advocacia. A informação foi fornecida pelas organizações 4 Day Week e Reconnect Happiness at Work, que estão coordenando o projeto.

Imagem ilustrativa — Foto: Freepik

Preocupações Jurídicas

Um dos maiores obstáculos ao novo modelo de trabalho são as preocupações jurídicas. Soraya Clementino, sócia do escritório Clementino & Teixeira Advocacia, que também participará do teste, destaca que a iniciativa é uma inovação que ainda não tem respaldo na legislação atual. "Durante o teste, o escritório fará reuniões individuais com os gestores das empresas e intermediará contatos com os sindicatos de cada setor", disse ela, acrescentando que é importante detalhar em acordos que se trata de um teste para evitar possíveis complicações legais.

Perspectivas Futuras

A expectativa é que o projeto-piloto traga insights valiosos que incentivem outras empresas a adotar a semana de quatro dias. "Quanto mais gente, mais exemplo, mais dados, mais modelos vamos construir", afirma a diretora da 4 Day Week. Além disso, o projeto já começa a influenciar a cultura de trabalho em diversos setores. Pablo Toledo, sócio da Caresurge, que assumiu o antigo hospital da Cruz Vermelha em São Paulo, vê a iniciativa como uma oportunidade de criar uma nova cultura de trabalho no setor de saúde.

Esse projeto-piloto é um passo importante para reimaginar como o trabalho pode ser organizado, oferecendo um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal sem comprometer a produtividade. Em um momento em que o mundo do trabalho está em fluxo, experiências como essa podem fornecer um modelo para o futuro.

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