Presidente da CPMI ameaça expulsar deputados em sessão conturbada
Arthur Maia, à frente da Comissão Parlamentar Mista de inquérito sobre o 8 de janeiro, enfrenta tensões com parlamentares aliados a Bolsonaro durante reunião.
Por Plox
31/08/2023 14h28 - Atualizado há quase 2 anos
Em reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional, que investiga os acontecimentos de 8 de janeiro, o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), advertiu os deputados André Fernandes (PL-CE) e Abílio Brunini (PL-MT) sobre a possibilidade de expulsão da sessão na quinta-feira (31). A situação se acirrou após Fernandes e Brunini interromperem a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) durante seu discurso.

Desentendimentos e confrontos verbais
André Fernandes e Abílio Brunini, conhecidos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, são frequentemente vistos no centro de desacordos nas reuniões da CPMI, especialmente Brunini, que já é conhecido por tumultuar as sessões. Enquanto Jandira Feghali é uma apoiadora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O atrito ocorreu quando Fernandes insinuou que o tempo de discurso de Feghali havia se esgotado. Em resposta, Maia afirmou: "Quem determina aqui o tempo a mais ou a menos que eu dou para todos para concluir o raciocínio é a presidência. Então, não venham com essa pressão". Fernandes tentou apaziguar a situação dizendo que Maia "estava indo bem", mas acabou sendo repreendido pelo presidente da CPMI.
Advertências e possíveis expulsões
Brunini, que registrava o incidente, foi advertido por Maia e ameaçado de ser expulso. "Deputado Brunini, eu vou lhe chamar a atenção pela segunda vez, porque Vossa Excelência está tumultuando os trabalhos", declarou Maia, fazendo referência ao art. 22 do Regimento Interno do Senado.
A reunião da CPMI, originalmente programada para receber o depoimento do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, foi ofuscada pelos desentendimentos entre os parlamentares.