Entregador do iFood é baleado por policial após recusar subir em prédio no RJ

Motoboy foi atingido no pé durante entrega em Jacarepaguá; agressão foi filmada pela vítima e está sob investigação

Por Plox

31/08/2025 09h17 - Atualizado há 2 dias

Um entregador do aplicativo iFood foi baleado por um policial penal na noite da última sexta-feira (29), após se recusar a subir até o apartamento de um cliente para finalizar a entrega. O caso aconteceu em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro.


Imagem Foto: Agência Brasil


A cena foi registrada em vídeo pelo próprio motoboy, Valério Souza, e publicada em sua conta no Instagram. Nas imagens, o policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini aparece se aproximando do entregador e reclamando da recusa: “Você não subir é uma parada”. Pouco depois, ele saca a arma e atira no pé do trabalhador.


Surpreso e em estado de choque, Valério reage: “O que é isso, cara?”, repetindo a frase diversas vezes. O policial, por sua vez, despreza a dor da vítima com a resposta: “O que é isso é o c...”. Nas imagens, o entregador sangra e grita por ajuda, enquanto o agressor exige que ele entregue o pedido.



Após o disparo, a câmera registra apenas o áudio de Valério relatando que foi baleado “porque não subiu” até a residência do cliente. Em seu relato nas redes sociais, o motoboy lamentou o ocorrido e pediu justiça. “Infelizmente estamos acostumados a ver isso apenas em televisão... Até acontecer com nós mesmo...”, escreveu.


A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que a ocorrência está sendo apurada pela 32ª Delegacia de Polícia (Taquara). A vítima foi levada para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, onde seu estado de saúde foi considerado estável. Exame de corpo de delito foi realizado e a arma do policial foi apreendida para perícia.



A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) do Rio de Janeiro confirmou que Ferrarini integra o quadro ativo da corporação, mas declarou que o ato não ocorreu durante o exercício de suas funções. A secretária da pasta, Maria Rosa Nebel, repudiou o comportamento do servidor e garantiu que a Corregedoria acompanha as investigações.


Johnny Borges, líder de diálogo com entregadores do iFood, também se manifestou. Ele afirmou que a plataforma está oferecendo suporte jurídico e psicológico a Valério. “É lamentável. Estamos apurando com seriedade e desejamos que casos como esse não se repitam”, declarou.



Testemunhas do crime estão sendo ouvidas e novas diligências seguem em andamento para esclarecer os fatos. Até o momento, não foi informado se o policial chegou a ser detido. A defesa de Ferrarini não foi localizada.


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