Governo teme retaliações dos EUA após julgamento de Bolsonaro
Suprema Corte inicia julgamento de Bolsonaro, e Planalto receia sanções vindas de Washington
Por Plox
31/08/2025 21h30 - Atualizado há 5 dias
A tensão cresce nos bastidores do governo brasileiro com a proximidade do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, marcado para começar nesta terça-feira, 2 de setembro, às 9h, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O processo será conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, já alvo de sanções por parte do governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, com base na Lei Magnitsky.

Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, membros do governo Lula demonstram preocupação com a possível imposição de novas sanções por parte dos EUA, caso o STF decida condenar Bolsonaro. O temor se intensifica diante do contexto diplomático já desgastado e da inclinação percebida de ministros da Suprema Corte pela condenação do ex-presidente.
Mesmo adotando um tom mais firme contra Washington, o Palácio do Planalto autorizou, na última quinta-feira (28), que o Itamaraty acionasse a Câmara de Comércio Exterior (Camex). O objetivo seria iniciar consultas, investigações e medidas voltadas à aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica, em resposta ao tarifaço norte-americano de 50% sobre diversos produtos brasileiros. Apesar disso, o presidente Lula reconhece os limites dessa disputa, considerando o poderio econômico dos Estados Unidos.
Nos bastidores, já circulam rumores sobre os tipos de punições que o governo Trump poderá impor ao Brasil, caso a sentença contra Bolsonaro seja desfavorável. Embora ainda não haja confirmação oficial, fontes próximas ao governo indicam que tais sanções serão duras e inevitáveis, caso a condenação se concretize.
“Há um consenso de que, se houver condenação, as represálias virão — e não serão brandas”, afirmou uma fonte ouvida pela emissora
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O julgamento de Bolsonaro promete ser extenso, com previsão de até oito sessões, e já motivou reações de seus apoiadores. No último fim de semana, uma carreata em defesa da liberdade percorreu as ruas de Brasília, enquanto parlamentares da oposição criticaram medidas de segurança como a vigilância contínua na residência do ex-presidente, determinada também por Moraes. Diante desse cenário, o STF decidiu reforçar a segurança para o início do julgamento.