Homem ameaça ataque com bomba em frente ao STF na véspera de julgamento de Bolsonaro

Homem de 45 anos, em surto, mobiliza forças de segurança ao afirmar estar com explosivos na Praça dos Três Poderes; não havia artefatos na mochila

Por Plox

31/08/2025 08h25 - Atualizado há 3 dias

No início da manhã deste sábado (30), um episódio de alta tensão tomou conta da Praça dos Três Poderes, em Brasília. Um homem de 45 anos, identificado como Daniel Mourão, causou alvoroço ao afirmar que portava explosivos em uma mochila e que pretendia detoná-los em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF).


Imagem Foto: Divulgação/ CBMDF 


A movimentação começou por volta das 5h15, quando a Polícia Militar do Distrito Federal foi acionada. Daniel, em estado visível de agitação, alegava carregar explosivos e ameaçava causar uma explosão. A equipe do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foi chamada para o local e deu início a uma negociação.



Após cerca de uma hora e meia de tratativas, os policiais do Bope conseguiram prender o homem por volta das 6h45. A mochila, que havia gerado grande preocupação, foi inspecionada pelo Esquadrão Antibombas. No entanto, nenhum tipo de artefato explosivo ou arma foi encontrado — apenas objetos pessoais estavam em seu interior.



O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal atendeu Daniel no local e indicou que ele apresentava sinais de surto psicótico. Ele foi levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde recebeu atendimento médico antes de ser encaminhado à delegacia para prestar esclarecimentos.



Esse incidente ocorre em um momento particularmente delicado. Na próxima terça-feira, 2 de setembro, tem início o julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus, acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022. A expectativa é que a análise do caso se estenda até o dia 12 de setembro.


A segurança em torno do STF foi significativamente ampliada em função do julgamento. Cerca de 30 policiais vindos de tribunais de todo o país estão alojados dentro do prédio do Supremo, onde permanecerão até o dia 29 de setembro — data marcada para a posse do ministro Edson Fachin como novo presidente da Corte, em substituição a Luís Roberto Barroso.


A partir do dia 1º de setembro, o policiamento na área externa do STF será intensificado, com restrições no acesso de pedestres à Praça dos Três Poderes. O esquema de segurança contará com o uso de drones com imagem térmica, que realizarão varreduras diurnas e noturnas. Já no dia 2, às 6h da manhã, a Polícia Federal executará uma inspeção completa no prédio do Supremo, com o auxílio de cães farejadores.


\"Estamos prontos para interditar a Esplanada dos Ministérios, caso seja necessário reforçar a segurança\", declarou a Secretaria de Segurança Pública do DF.

A lembrança de um caso trágico ainda está viva: em novembro de 2024, Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, morreu ao detonar um explosivo em frente ao STF. Antes de se explodir, ele tentou entrar no prédio, foi impedido e se posicionou diante da estátua da Justiça. Colocou uma mochila no chão, retirou uma blusa e a arremessou. Em seguida, exibiu artefatos em seu corpo e acionou um deles.


Segundo relatos dos seguranças, Francisco disparou dois ou três artefatos antes de deitar no chão, acender o último explosivo e colocá-lo sob a cabeça com um travesseiro. O homem, que era de Santa Catarina, era apoiador declarado de Jair Bolsonaro.


Com a proximidade do julgamento que promete marcar a história recente do país, os órgãos de segurança trabalham para evitar qualquer novo episódio de violência ou atentado em Brasília.


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