Acusação exige condenação integral de Ronnie e Élcio por assassinato de Marielle Franco

Promotores destacam ausência de arrependimento verdadeiro e defendem cumprimento rigoroso da pena em regime fechado

Por Plox

31/10/2024 12h06 - Atualizado há 8 meses

No segundo dia de julgamento popular dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados pela morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, o promotor Eduardo Martins pediu que os jurados os condenem em todos os pontos apresentados. Martins afirmou que as confissões foram feitas apenas para obter benefícios em troca, já que ambos sabiam que seriam incriminados por meio das provas recolhidas.

Foto: Brunno Dantas/TJRJ
 

Durante a sessão desta quarta-feira (30), Lessa pediu perdão à família de Marielle, mas Martins desafiou a sinceridade do gesto: "Que tipo de arrependimento é esse que exige algo em troca? Eles vieram ao Ministério Público não movidos pelo remorso, mas para negociar uma vantagem", destacou. Ele ainda lembrou que antes das delações, os réus negavam completamente envolvimento no crime, afirmando não conhecerem as vítimas.

O promotor também ressaltou que, mesmo com o acordo, os ex-PMs deverão cumprir parte significativa da pena em regime fechado. "Eles terão que cumprir 30 anos, com progressões previstas, mas é uma das sentenças mais rígidas aplicadas no país", frisou.

Outro promotor, Fábio Vieira, reforçou a ideia de que o arrependimento de Lessa e Élcio é uma encenação. Definindo-os como "sociopatas", Vieira apontou que os réus demonstram completa ausência de empatia ou emoção: "A tristeza deles não é pelo crime, mas sim por terem sido capturados", argumentou. Durante o depoimento, Ronnie Lessa descreveu com frieza o planejamento e a execução do crime, incluindo os detalhes de como mirou os tiros que mataram Marielle.

A promotoria apresentou ainda evidências como o histórico de buscas na internet de Lessa antes do assassinato, o que levou a filha de Marielle, Luyara, a sair do plenário visivelmente abalada.

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