Mau hálito afeta 50 milhões de brasileiros, aponta estudo

Mais de 90% dos casos têm origem na boca, mas outras causas incluem infecções respiratórias e dietas restritivas

Por Plox

31/10/2024 08h31 - Atualizado há 8 meses

Manter uma rotina de higiene bucal adequada é fundamental para evitar o mau hálito, de acordo com especialistas. Dados da Associação Brasileira de Halitose (ABHA) revelam que cerca de 50 milhões de brasileiros enfrentam esse problema, que pode afetar tanto a vida social quanto a profissional. Embora a falta de higiene e o consumo de alimentos como alho e cebola sejam fatores conhecidos, existem causas menos evidentes.

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A odontopediatra Gabriela Schneider, cofundadora da Carbon Smile, explica que mais de 90% dos casos de mau hálito têm origem na boca devido a condições como cáries, saburra lingual e raízes dentárias residuais. Schneider destaca ainda que estruturas como as amígdalas podem contribuir: “Amígdalas cavernosas possuem reentrâncias que acumulam resíduos, formando cáseos de odor desagradável, mesmo em quem mantém boa higiene bucal”.

A ABHA também aponta que 87% dos brasileiros conhecem alguém com mau hálito, e 64% acreditam que escovação e fio dental são essenciais para a prevenção. No entanto, a halitose pode ser influenciada por fatores além da boca, como a xerostomia (boca seca). “Medicamentos para ansiedade podem reduzir o fluxo salivar, facilitando a proliferação bacteriana e inflamações gengivais, piorando o hálito”, afirma Gabriela.

Infecções respiratórias, como sinusite e rinite, também têm impacto. Schneider detalha que a produção de muco em condições respiratórias pode descer para a faringe, causando odor semelhante ao das bactérias bucais. O uso de enxaguantes bucais com álcool, embora ofereça alívio temporário, pode agravar o problema ao ressecar a mucosa oral.

Dietas restritivas, como o jejum intermitente ou regimes low carb, levam à liberação de cetonas, substâncias que podem provocar um cheiro desagradável na respiração. Gabriela aconselha cuidados básicos: “Escovação, fio dental, limpeza da língua, hidratação e uma dieta equilibrada são fundamentais”. Ela enfatiza a importância da conscientização para identificar e tratar a halitose de forma eficaz.

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