O corpo decapitado encontrado em uma área de mata entre os complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, foi identificado pela polícia como sendo de Yago Ravel Rodrigues, de 19 anos. O caso chamou atenção nas redes sociais após a divulgação de vídeos do cadáver e do pronunciamento da tia do jovem, a manicure Beatriz Nolasco, negando envolvimento dele com o crime.

Família contesta ligação de Yago ao tráfico

Em entrevistas que circularam nas redes sociais, Beatriz afirmou que Yago atuava como mototaxista, não tinha antecedentes criminais e não era ligado ao crime organizado. A tia também fez acusações diretas sobre a autoria e violência da morte do sobrinho.

Meu sobrinho não tinha um tiro no corpo. Apenas arrancaram a cabeça dele e deixaram na mata – Beatriz Nolasco, tia de Yago

O pronunciamento da familiar gerou comoção e dividiu opiniões sobre o caso nas redes sociais.

Investigação aponta caminhos divergentes

Apesar das alegações da família, as forças de segurança do Estado sugerem outra possibilidade para a morte. Segundo a Polícia Civil, existem indícios de que os próprios criminosos ou moradores aliados ao tráfico podem ter manipulado os corpos — após o confronto — já com o objetivo de provocar impacto nas redes e prejudicar a imagem das forças policiais.

Quem disse que quem cortou a cabeça não foi o pessoal que foi buscar o corpo? Quem disse que foi a polícia que cortou a cabeça dele? Os criminosos podem ter feito novas lesões nos corpos, justamente para chamar a atenção da imprensa – Felipe Curi, secretário da Polícia Civil

Imagens mostram jovem armado

Embora a tia negue envolvimento de Yago com o tráfico, fotos em seu perfil pessoal mostram o jovem portando fuzis e usando roupas camufladas, similares às usadas por criminosos durante confrontos com a polícia. Em uma das imagens, ele aparece ao lado de uma motocicleta com a placa encoberta e segurando um fuzil.

Operação teve saldo histórico de mortes

A ação policial que resultou na morte de Yago ocorreu na última terça-feira (28) e é considerada a mais letal da história do país, registrando 121 mortos, entre eles quatro policiais militares. O objetivo da operação era prender lideranças do Comando Vermelho, segundo as forças de segurança.