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Documento revela ligação entre PM do Rio e chefe do tráfico antes da megaoperação mais letal
Major da PM trocou mensagens com criminoso da Penha sobre carro roubado dias antes de operação que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e Penha, além de dezenas de prisões e apreensões.
31/10/2025 às 10:41por Redação Plox
31/10/2025 às 10:41
— por Redação Plox
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Um documento da Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou a existência de uma conversa entre um oficial da Polícia Militar e um criminoso conhecido como “Grandão”, apontado como o “síndico da Penha”. O diálogo, que ocorreu antes da operação policial considerada a mais letal da história do Rio, envolveu o pedido do major para recuperar um carro roubado.
Forças de segurança divulgam conexão entre major da PM e o 'síndico da Penha' antes da operação mais letal do Rio
Foto: Reprodução
Conversa flagrada impulsiona investigação
Segundo informações do documento, a troca de mensagens identificou o major Ulisses Estevam solicitando ajuda a “Grandão”. O oficial, na época gestor estratégico na 5ª UPP do 23º BPM e responsável pela área da Rocinha, enviou uma foto do veículo e indicou que ele estaria no Morro da Fé, na Penha. No conteúdo, ele afirma a necessidade de resolver o caso pois se tratava do “carro do 01”.
A análise das comunicações se deu após a quebra de sigilo telefônico dos envolvidos, o que permitiu à polícia encontrar o print da conversa. “Grandão”, por sua vez, ativou o grupo “CPX da Penha” para localizar o automóvel, que havia sido roubado em 26 de abril e recuperado três dias depois.
Suspeitas sobre relação entre tráfico e policiais
Durante as investigações, surgiu a informação de que “Grandão” utilizava um telefone exclusivo para manter contato com policiais militares que recolhiam propina, segundo revelado pelo jornal O Globo.
Operação atinge recorde de letalidade na capital
A operação policial, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, focou lideranças da facção Comando Vermelho. O confronto resultou na morte de 121 pessoas, sendo quatro delas policiais. Houve também o registro de quatro moradores vítima de balas perdidas, inclusive uma mulher atingida dentro de uma academia.
Foram 113 pessoas presas no Rio e outras 33 de diferentes estados, todas ligadas à facção. Um dos episódios durante a ação foi a utilização de um drone por traficantes para lançar explosivos contra os agentes, além de barricadas em chamas erguidas nos acessos das comunidades.
Balanço policial: prisões e apreensão de armamentos
Até o final de setembro, 449 integrantes do Comando Vermelho tinham sido presos, de acordo com a Polícia Civil. Durante a megaoperação, dez adolescentes foram apreendidos. Entre os materiais recolhidos, destacam-se 118 armas (91 fuzis, 26 pistolas, um revólver e 14 explosivos). O levantamento ainda apontou a existência de milhares de munições e centenas de carregadores, que estavam em fase de contagem pela polícia.
Mandados, planejamento e resposta institucional
A investigação coordenada pela Polícia Civil resultou na emissão de 180 mandados de busca e apreensão, 70 mandados de prisão no Rio de Janeiro e 30 mandados contra traficantes foragidos no Pará. O planejamento da ação foi reforçado por autoridades para combater os chamados “narcoterroristas”. A megaoperação teve impacto direto na rotina da cidade, levando ao fechamento de bares, escolas de samba e mobilizando perícias independentes sobre as mortes registradas.
Ação mobilizou mais de 2.500 policiais, resultou em 121 mortos — incluindo suspeitos de outros estados e quatro agentes —, além da apreensão de 118 armas e uma tonelada de drogas
Ação mobilizou mais de 2.500 policiais, resultou em 121 mortos — incluindo suspeitos de outros estados e quatro agentes —, além da apreensão de 118 armas e uma tonelada de drogas