Não perca nenhuma notícia que movimenta o Brasil e sua cidade.
É notícia? tá no Plox
Polícia
Madrasta de mulher que matou namorado e amiga atropelados diz que pediu 'incessantemente' para parar o carro
Geovanna Proque da Silva, de 21 anos, foi presa preventivamente após atingir em alta velocidade a moto do namorado, Raphael Canuto da Costa, e da amiga dele, Joyce Correa da Silva, que morreram na hora; crime teria sido motivado por ciúmes e é investigado pela Polícia Civil
31/12/2025 às 09:09por Redação Plox
31/12/2025 às 09:09
— por Redação Plox
Compartilhe a notícia:
A madrasta da jovem que perseguiu, atropelou e matou o namorado e a amiga dele, na madrugada de domingo (28), declarou em depoimento à Polícia Civil que pediu “incessantemente” para que a enteada parasse o carro, que era conduzido em alta velocidade. A estudante de 21 anos está presa preventivamente, suspeita de matar as vítimas por ciúmes.
Estudante de 21 anos está presa suspeita de matar vítimas por ciúmes.
Foto: Divulgação / Polícia Civil.
A médica Gabrielle Schneid de Pinho, de 31 anos, companheira da mãe da acusada, estava no banco do passageiro do veículo dirigido por Geovanna Proque da Silva. Segundo a investigação, o carro perseguiu e atingiu a moto conduzida por Raphael Canuto da Costa, de 21 anos, que levava na garupa a amiga Joyce Correa da Silva, de 19. Os dois morreram no local.
Em depoimento, Gabrielle relatou que, assim que Geovanna começou a seguir Raphael em alta velocidade, passou a pedir que ela interrompesse a perseguição, mas a enteada não respondia e continuava dirigindo atrás da motocicleta.
A médica afirmou ainda que, na noite do crime, foi acordada de madrugada por Geovanna, que queria ir de carro até a casa de Raphael, onde ocorria uma festa. Ela disse ter aceitado acompanhar a jovem por preocupação, mencionando que a enteada tinha transtornos psiquiátricos, fazia uso de medicamentos para tratar depressão e bipolaridade e enfrentava problemas de relacionamento com o namorado, motivados por traições e ciúmes.
Imagens mostram perseguição e atropelamento
Câmeras de segurança registraram o momento em que o carro conduzido por Geovanna acelera e atinge a traseira da moto de Raphael na Rua Professor Leitão da Cunha, no Parque Regina, Zona Sul de São Paulo. Joyce estava na garupa.
Com o impacto, o casal de amigos foi arremessado por aproximadamente 30 metros e morreu na via, próxima à churrascaria onde Raphael trabalhava como gerente. O carro ainda atropelou um pedestre, que ficou ferido, e colidiu com dois veículos estacionados.
Geovanna está presa preventivamente na Penitenciária Feminina de Santana, na Zona Norte da capital.
Discussão em festa antecedeu o crime
Gabrielle contou à polícia que a enteada decidiu ir à casa de Raphael porque ele dava uma festa com garotas que ela não conhecia. Já na residência, os dois começaram a discutir, até que, em determinado momento, Raphael segurou os braços de Geovanna para contê-la.
Segundo o depoimento, após a discussão, madrasta e enteada decidiram ir embora. No caminho até o carro, Raphael passou por elas de moto e, em seguida, voltou já com uma jovem na garupa, depois identificada como Joyce.
Gabrielle relatou que, sem dizer nada, Geovanna arrancou com o carro na direção tomada por Raphael e passou a segui-lo em alta velocidade. Durante a perseguição, o veículo atingiu o retrovisor em um pedestre e, logo depois, ocorreu a batida na motocicleta. A médica disse ter perdido os óculos de grau no momento do impacto.
Relato de agressões e medo de linchamento
Após o atropelamento, Gabrielle afirmou que foi retirada do carro por uma pessoa e passou a ser alvo de agressões. Segundo ela, alguém arremessou um chinelo em sua direção, enquanto um homem dizia que ela deveria ser fuzilada. Por medo de ser linchada, disse não ter tentado socorrer Raphael e Joyce.
Policiais da delegacia responsável pelo caso, afirmaram que a madrasta não teve participação no atropelamento que matou o casal de amigos, mas que ela poderá ser investigada por possível omissão de socorro.
Procurada para comentar o caso, a médica limitou-se a dizer que não iria se manifestar no momento e pediu que sua defesa fosse procurada. Os advogados não responderam até a última atualização.
Mensagens de ameaça por ciúmes
De acordo com a polícia, por volta das 2h de domingo, Raphael participava de um churrasco em casa com amigos quando Geovanna, que não estava presente, começou a enviar mensagens de celular questionando a presença de mulheres na festa que ela não conhecia.
Testemunhas relataram que a jovem mandou mensagens pelo WhatsApp para pessoas na festa, em tom de ameaça, mesmo após ser informada de que as convidadas eram amigas de Raphael e não tinham envolvimento amoroso com ele.
Em uma das mensagens, incluída no inquérito, Geovanna escreveu a uma conhecida que aquelas mulheres teriam de ser retiradas dali “por bem ou por mal” e afirmou que, se isso não acontecesse, iria até o local para “quebrar ele e tudo que tem aí”.
Segundo a investigação, pouco depois, Geovanna chegou à casa de Raphael acompanhada da madrasta. Ao perceber que a discussão persistia, ele saiu de moto para dar uma volta, passou em uma adega próxima e ofereceu carona a Joyce.
Na sequência, Geovanna deixou o local de carro, perseguiu a motocicleta em alta velocidade e atropelou os dois.
Outras vítimas e desdobramentos da investigação
Durante a perseguição, um homem que estava na calçada foi atingido pelo carro. Ele caiu, bateu as costas e a cabeça e precisou levar pontos. Dois veículos estacionados na rua também foram danificados.
Testemunhas contaram que, após o atropelamento, Geovanna teria dito a conhecidos que fossem “socorrer seu amigo e a vagabunda” que ela “acabou de matar”.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que apura as circunstâncias da perseguição, o histórico do relacionamento e a conduta dos envolvidos após o atropelamento.