Vídeo mostra menino cantando antes de morrer espancado pela mãe em BH

Um vídeo comovente gravado dias antes de uma tragédia mostra Arthur Pereira Alves, de apenas 9 anos, cantando uma música gospel. Pouco depois, o menino morreu em decorrência de espancamentos sofridos dentro da própria casa, no bairro Flávio Marques Lisboa, região do Barreiro, em Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil, Arthur foi agredido pela mãe, de 24 anos As agressões ocorreram no dia 21 de agosto deste ano, mas a criança só foi levada ao hospital dois dias depois. Mesmo com atendimento médico, ele não resistiu aos ferimentos e morreu. A mãe e o padrasto, de 39, foram presos na noite da última quarta-feira (15), por ordem judicial. Assista ao vídeo na Live.

A música gospel 'Um Novo Dia Virá', de Rayne Almeida, uma versão cristã da famosa 'Someone You Loved', do escocês Lewis Capaldi, traz versos sobre esperança e superação, como: “A tempestade vai passar/ Tudo vai ser diferente/ Não há mal que nunca se acabe/ E dor que dure pra sempre”. O vídeo que mostra Arthur cantando foi obtido pela Rádio Itatiaia.

As investigações foram conduzidas pela Delegacia Especializada de Homicídios Barreiro, sob responsabilidade do delegado Evandro Nascimento Radaelli. Conforme o delegado, a mulher confessou ter espancado o filho e relatou que havia usado cocaína no dia do crime, o que a levou a, segundo suas próprias palavras, “passar do ponto”.

Embora o padrasto negue envolvimento direto, a polícia identificou que ele foi conivente com as agressões e omisso diante da violência sofrida pela criança. Com base nessas informações, a Polícia Civil representou pela prisão temporária do casal, o que foi aceito pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário com caráter de urgência.

Além da violência que resultou na morte de Arthur, a investigação revelou um histórico de maus-tratos e negligência dentro da residência. Conforme o delegado, o casal forçava as crianças a mentir sobre os ferimentos, criando histórias falsas, como quedas na escola, para encobrir as agressões. Arthur, mesmo tão novo, era responsável pelos cuidados dos irmãos menores, de 6 anos e de apenas 6 meses, enquanto os adultos consumiam drogas.

A Polícia Civil aguarda agora o laudo de necrópsia do Instituto Médico-Legal (IML) para complementar as apurações. Outros levantamentos seguem em andamento para esclarecer completamente as circunstâncias e responsabilidades pelo crime. “Já é possível afirmar que a morte da criança foi consequência direta das agressões sofridas”, afirmou o delegado Radaelli.