Por Plox
01/05/2021 17h20 - Atualizado há cerca de 1 anoA dona de casa Dionésia Pereira Barros pediu justiça pela morte de seu filho, Bru no Barros, 29 anos, e de seu neto Yan Barros, 19 anos. Os dois foram assassinados por traficantes depois de terem furtado pacotes de carne no supermercado Atakadão Atakarejo, no bairro de Amaralina, em Salvador.
© Reprodução Bruno e Ian Barros da Silva, com pacotes de carne espalhados no chão. Eles foram mortos depois do furto
“Matar meu filho, o que foi que meu filho fez? Meu filho morreu com fome porque não teve coragem de me pedir comida, ele não morava comigo, não […] Ele errou. Ele errou. Mas tem o policial. Por que ele não chamou a policia?”, disse Dionésia, em declarações
Os corpos de Bruno e Yan foram achados no porta-malas de um carro, no bairro Brotas. Havia marcas de tiro e sinais de tortura.
Ao jornal Folha de S. Paulo, familiares das vítimas disseram acreditar que tio e sobrinho foram entregues pelos seguranças do supermercado a traficantes do bairro de Amaralina, que teriam matado Bruno e Ian.
Depois do furto, Bruno enviou um áudio à família, que foi obtido pela Folha. Ele diz: “Se ligue, rodei no Nordeste [de Amaralina]. Aqui, vê se desenrola R$ 700 para pagar as carnes que peguei aqui”.
Em nota, a Polícia Civil da Bahia disse que a investigação do duplo homicídio está em andamento e a apuração está avançada, com indicativo de autoria. Afirma não poder divulgar detalhes sobre o caso para não atrapalhar as investigações.
Em nota, o supermercado Atakadão Atakarejo informou que “tratam-se de fatos que envolvem segurança pública e que certamente serão investigados e conduzidos pela autoridade pública competente”.
“Por agir de acordo com a legislação vigente e atuar rigorosamente com as normas legais, o Atakadão Atakarejo está à disposição e colaborando com todas as informações necessárias para a investigação”, diz.
O caso está sendo acompanhado pela comissão de Direitos Humanos da AL-BA (Assembleia Legislativa da Bahia).