Por Plox
04/07/2021 13h41 - Atualizado há 12 mesesCerca 26 mil doses de vacinas contra covid-19 da AstraZeneca podem ter sido aplicadas em diversas cidades do país após o vencimento do prazo de validade, conforme apontou reportagem do site Folha de S.Paulo, publicada na última sexta-feira (3), com base em um cruzamento de dados disponibilizados em duas bases de informações diferentes do Ministério da Saúde.
Os lotes que teriam passado do prazo são os seguintes:
4120Z001 - vencimento 29 de março de 2021
4120Z004 - vencimento 13 de abril de 2021
4120Z005 - vencimento 14 de abril de 2021
CTMAV501 - vencimento 30 de abril de 2021
CTMAV505 - vencimento 31 de maio de 2021
CTMAV506 - vencimento 31 de maio de 2021
CTMAV520 - vencimento 31 de maio de 2021
4120Z025 - vencimento 4 de junho de 2021
Todas pessoas vacinadas podem conferir o lote na carterinha de vacinação entregue como comprovante no dia da imunização. Se alguém foi vacinado com dose fora do prazo, precisa receber novamente a vacina, pois a aplicada irregularmente não tem efeitos para imunização.
De acordo com a reportagem, 1.532 municípios brasileiros teriam aplicado doses do imunizante com prazo expirado. No entanto, prefeituras procuradas para se manifestar negaram a aplicação de vacinas vencidas, e justificaram dizendo que houve um erro na disponibilização dos dados no sistema do SUS (Sistema Único de Saúde), que teria informado que os lotes foram usados em uma data posterior a que de fato haviam sido utilizados.
A prefeitura do município paranaense de Maringá, por exemplo, enviou ao R7 a seguinte explicação: “O lançamento no Sistema Conect SUS está diferente do dia da aplicação da dose. Isso porque, no começo da vacinação, a transferência de dados demorava a chegar no Ministério da Saúde, levando até dois meses. Portanto, os lotes elencados são do início da vacinação e foram aplicados antes da data do vencimento. Concluindo, não houve vacinação de doses vencidas em Maringá e sim erro no sistema do SUS.”
Maringá, segundo os dados da reportagem, seria o município que mais aplicou doses vencidas no país, com 3.536 pessoas sendo supostamente imunizadas irregularmente. A cidade de São Paulo, com 996 doses aplicadas possivelmente fora do prazo, é a terceira mais recorrente, ainda de acordo com o levantamento. A prefeitura paulistana, no entanto, também diz que "não houve a aplicação de doses vencidas de vacina antiCovid-19".
Em nota enviada ao R7, a Prefeitura de São Paulo diz que "conta com um sistema robusto para todo o manejo de seus imunobiológicos, e dentro desse protocolo, a data de validade de todos os imunizantes passa por uma tripla checagem: no recebimento, na distribuição e na aplicação da vacina, inclusive, com a apresentação do frasco ao munícipe".
Resposta no mesmo sentido foi dada pela Prefeitura de Belém, que teria aplicado 2.673 doses fora do prazo de validade, conforme a reportagem. "Não procedem e são equivocadas, portanto, as informações da reportagem veiculada no jornal Folha de São Paulo", diz nota enviada ao R7. A gestão municipal disse ainda que "o Ministério da Saúde reconhece que erros nos sistemas de registro podem ocorrer e, por conta disso, abriu o sistema para correções".