Policial militar negociava comissão de 25 centavos de dólar por dose de vacina, indicam mensagens
Na última quinta-feira (1), quando o mesmo estava depondo na sessão da CPI da Pandemia
Por Plox
05/07/2021 08h09 - Atualizado há cerca de 4 anos
Nesse domingo (4), o programa Fantástico, da Rede Globo, divulgou mensagens supostamente enviadas pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti indicando ganho de comissão por doses de vacina. A quantia seria de 25 centavos de dólar por unidade. Na última quinta-feira (1), quando o mesmo estava depondo na sessão da CPI da Pandemia, o cabo da PM teve o seu celular apreendido e desde então está sendo periciado.

No entanto, em uma análise preliminar, já foi possível identificar mensagens sobre negociações de vacinas e comissão por compra. "Estamos negociando algumas vacinas em números superior a 3 milhões de doses. Neste caso a comissão fica em 0,25 centavos de dólar por dose", diz uma das mensagens enviada no dia 10 de fevereiro a uma pessoa identificada no contato por Guilherme Filho Odilon.
Ainda segundo a reportagem do Fantástico, em outra mensagem, Dominguetti explica: “O que estamos fazendo é pegar o volume da comissão e dividimos de forma igual a todos os envolvidos, claro que proporcionalmente aos grupos. Sendo três pessoas, eu, você e seu parceiro não teria objeções em avançar neste sentido".
Luiz Paulo Dominguetti é colocado, pela CPI, como peça chave da investigação de um suposto comércio paralelo de vacinas. O militar foi quem expôs um suposto pedido de propina por parte do ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, durante conversas envolvendo compra de 400 milhões de doses da vacina Covaxin. Na denúncia, Dias estaria pedindo US$ 1 por dose.
Caso Covaxin
As denúncias foram apresentadas pelo deputado Luis Miranda e logo virou assunto na CPI da pandemia, que investiga irregularidades na condução do governo em relação ao combate à covid-19. De acordo com o parlamentar, existem irregularidades na compra da vacina indiana e o presidente Jair Bolsonaro sabia.

Ainda conforme depoimento de Miranda, Bolsonaro teria afirmado que o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), teria relação com o caso e as suspeitas seriam levadas à Polícia Federal (PF).
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a Polícia Federal não encontrou nenhum inquérito aberto referente ao pedido que seria feito pelo presidente da República. Na última sexta-feira (25), Bolsonaro disse durante um evento na cidade de Sorocaba-SP, que o inquérito na PF ainda será aberto.