Governadores pedem fim das restrições à pílula usada em aborto nos EUA
Califórnia, Oregon, Washington e Nevada pressionam FDA por liberação total da mifepristona, utilizada em abortos medicamentosos
Por Plox
06/06/2025 14h37 - Atualizado há 2 dias
Governadores de quatro estados americanos — Califórnia, Oregon, Washington e Nevada — tomaram uma iniciativa conjunta para ampliar o acesso ao aborto medicamentoso nos Estados Unidos. Eles enviaram uma petição formal à FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos do país) solicitando a remoção total das restrições à mifepristona, um dos principais medicamentos usados nesse tipo de procedimento.

A mifepristona, aprovada desde o ano 2000 para a interrupção da gravidez de até 10 semanas, é geralmente utilizada em conjunto com o misoprostol. Reconhecida por sua eficácia e segurança, ela enfrenta, no entanto, diversas limitações legais que dificultam o acesso em partes do país — especialmente em regiões mais conservadoras ou afastadas.
Atualmente, o medicamento só pode ser distribuído por profissionais certificados e exige um guia específico para prescrição. Essa burocracia, segundo os governadores, compromete o acesso à saúde reprodutiva e não se justifica diante do histórico de uso seguro da droga.
A petição foi reforçada por posicionamentos de entidades médicas como o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, que argumentam que a mifepristona está entre os medicamentos mais estudados do mundo e que as restrições atuais são desnecessárias.
O pedido chega em meio a um cenário político conturbado nos EUA, marcado pela revogação do caso Roe v. Wade em 2022, que por quase 50 anos garantiu o direito federal ao aborto. Desde então, diversos estados têm imposto novas barreiras legais ao procedimento, transformando o acesso à mifepristona em um dos principais pontos de disputa jurídica.
A FDA ainda não se manifestou sobre a solicitação. Caso aceite o pedido, a decisão poderá facilitar o acesso à medicação em todo o território americano, especialmente em locais onde clínicas especializadas foram obrigadas a encerrar atividades após mudanças nas legislações estaduais.