Minas Gerais confirma terceira morte por febre amarela em 2025

Estado registra quatro casos confirmados da doença neste ano; vítima mais recente era morador de Pouso Alegre

Por Plox

13/03/2025 11h50 - Atualizado há 2 meses

Minas Gerais confirmou mais uma morte por febre amarela em 2025, elevando para três o número de óbitos registrados neste ano e para quatro o total durante o atual período de monitoramento, iniciado em 1º de julho de 2024.


Imagem Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil


A vítima mais recente era um homem de 49 anos, morador de Pouso Alegre, no Sul de Minas, onde também se acredita que tenha ocorrido a infecção. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) não informou a data exata do falecimento.


As duas outras mortes no estado foram registradas em Extrema, também no Sul de Minas. Uma das vítimas era um jovem de 21 anos, residente de Bragança Paulista, São Paulo, e vacinado contra a doença. Ele teria se infectado em Joanópolis (SP) e faleceu em um hospital de Extrema. O segundo caso no município foi um homem de 69 anos, sem registro de vacinação, que morava na cidade.



Ao todo, Minas Gerais tem quatro casos confirmados de febre amarela em 2025. O outro paciente, que sobreviveu, é morador de Cambuí e também não possui histórico de vacinação. O local provável de infecção é sua própria cidade de residência.


No período epidemiológico atual, que também inclui 2024, houve dois casos confirmados no ano passado, com uma morte registrada. A vítima fatal teria se infectado em Monte Sião, no Sul de Minas, enquanto o outro paciente confirmado era de Camanducaia, com o local de infecção ainda sob investigação. Suspeita-se que ele tenha contraído a doença em seu sítio, localizado em Itapeva.



Casos de febre amarela também foram registrados em primatas não humanos (PNH). Em 2025, houve seis confirmações da doença em macacos em cidades do Sul de Minas: Toledo, Poços de Caldas, Córrego do Bom Jesus, Estiva, Poço Fundo e Pouso Alegre. No ano anterior, foram sete confirmações, incluindo um caso em Belo Horizonte. Outros ocorreram em Bueno Brandão e Ipuiúna (com dois casos cada), Santa Rita de Caldas e Extrema.


A vacinação segue como a principal forma de prevenção contra a febre amarela. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o imunizante gratuitamente em todas as Unidades Básicas de Saúde do estado. A aplicação segue o Programa Nacional de Imunizações (PNI), sendo recomendada para pessoas a partir dos 9 meses de idade. O esquema vacinal para crianças menores de 5 anos prevê duas doses, enquanto adultos entre 5 e 59 anos devem tomar dose única. Pessoas acima de 60 anos necessitam de avaliação médica antes da vacinação.



A febre amarela tem transmissão silvestre no Brasil, sendo disseminada por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. O último registro de febre amarela urbana no país ocorreu em 1942. Embora seja endêmica na região amazônica, a doença pode emergir em outras áreas, especialmente entre dezembro e maio, quando condições favoráveis à transmissão se intensificam.


Desde 2014, a febre amarela voltou a se espalhar pelo país, afetando diversas regiões. Entre 2014 e 2023, foram confirmados 2.304 casos humanos, com 790 óbitos. O período mais crítico em Minas Gerais ocorreu entre 2016 e 2018.



O Ministério da Saúde orienta que as equipes de vigilância e imunização reforcem a cobertura vacinal em áreas afetadas e monitorem eventuais casos em primatas. A população também deve ficar atenta a sintomas iniciais como febre leve a moderada. Nos casos graves, podem surgir sintomas como febre alta, icterícia, hemorragia, choque e falência múltipla de órgãos. A taxa de mortalidade pode variar entre 20% e 50% para pacientes que desenvolvem a forma grave da doença. O Governo Federal reforça que, ao surgirem os primeiros sintomas, a busca por atendimento médico imediato é fundamental.


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