“Algumas vacinas terão a necessidade de uma terceira dose”, diz presidente da Anvisa

A farmacêutica Pfizer anunciou que está desenvolvendo uma terceira dose da vacina contra a covid-19

Por Plox

14/07/2021 09h37 - Atualizado há cerca de 3 anos

Antônio Barra Torres diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), disse acreditar que algumas vacinas demandarão uma terceira dose. Ele também falou sobre a possibilidade de combinar vacinas de laboratórios diferentes.

Barra Torres foi convidado da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) para uma palestra virtual realizada nessa terça-feira (13), e ele respondeu a algumas perguntas encaminhadas pelos espectadores.

"Acredito que algumas vacinas terão a necessidade de uma terceira dose. No dia de hoje, ainda é difícil dizer qual", disse ele, destacando ser uma avaliação pessoal. "É estudado no mundo inteiro. O mundo inteiro está debruçado nisso, e o objetivo é obter a imunização segura e mais duradoura", acrescentou.
Até o momento, nenhuma vacina contra a Covid-19 necessita de uma terceira aplicação. O presidente da agência ressaltou que todas as vacinas aprovadas pela Anvisa são eficazes e que a população pode confiar em qualquer uma que estiver disponível no posto de saúde. "A melhor é aquela que está no seu braço", afirmou.

Quatro imunizantes já foram aprovados pela Anvisa, seja como aval definitivo ou emergencial. São eles, as as vacinas AstraZeneca/Oxford, Pfizer, CoronaVac e Janssen. Somente a última é com dose única. As vacinas Sputnik e Covaxin, que também são de duas doses, receberam autorização de importação, mas com limitações.

Na semana passada, a farmacêutica Pfizer anunciou que está desenvolvendo uma terceira dose da vacina contra a covid-19. O governo do Chile também informou recentemente que estuda a possibilidade de distribuir uma dose de reforço. O país registrava alta de casos mesmo tendo vacinado 61% do público-alvo com duas doses. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também levantou a hipótese de uma terceira aplicação.

Foto: Agência Brasil

 

Combinação
O diretor-presidente da Anvisa analisou ainda a possibilidade de combinar vacinas de laboratórios diferentes para o combate à covid-19. "A atividade reguladora não é a locomotiva desse processo. Ela é vagão. Vamos a reboque do desenvolvedor ou do pesquisador que nos apresentar suas conclusões, para que possamos avaliar e referendar. Estamos falando de uma interação de imunobiológicos de origens e plataformas diferentes. Vem muito da comunidade científica. No momento, estamos acompanhando algumas situações que podem no futuro ter um posicionamento nosso", disse Torres.

Ele lembrou que decisões nesse sentido têm sido tomadas por determinados países em alguns casos. No Brasil, a situação tem ocorrido com as gestantes. A vacina AstraZeneca chegou a ser aplicada em algumas delas e depois foi suspensa pelo Ministério da Saúde devido a um caso suspeito de reação adversa. Aquelas grávidas que tomaram o imunizante, posteriormente, foram autorizadas pela pasta a receber a segunda dose da Pfizer.

Torres afirmou que as medidas para evitar a doença já são conhecidas: máscara, distanciamento social, higiene das mãos e vacina. "Não é pelo fato de tomar as duas doses de vacina que vai poder deixar de usar máscara imediatamente", acrescentou.
 

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