Policia Federal detém membros do PCC em plano de sequestro a autoridades
Megaoperação em São Paulo mira célula do PCC que planejava atentados contra líderes políticos, incluindo presidentes do Senado e da Câmara
Por Plox
14/12/2023 11h35 - Atualizado há mais de 1 ano
A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (14) uma ampla operação em São Paulo, visando desarticular uma célula do Primeiro Comando da Capital (PCC) envolvida em planos de sequestro e atentados contra figuras políticas de alto escalão. A operação, denominada "Irrestrita", teve como alvo principal os planejamentos de ataques a Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados.

Foram expedidos três mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão, com a participação ativa de policiais militares. A ação é um reflexo direto do trabalho conjunto entre a Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo (MPSP), que, através de um relatório de inteligência, identificou a "Missão Brasília". Essa operação do PCC consistia em monitorar residências e rotinas dos políticos visados, envolvendo gastos significativos em infraestrutura e logística por parte da facção criminosa.
Investigações revelaram que, de maio a julho deste ano, a facção destinou aproximadamente R$ 2,5 mil mensais para alugar uma residência em Brasília, usada como base para observação. Além disso, foram identificados gastos de cerca de R$ 4 mil em transportes por aplicativo e R$ 44 mil em diversos itens, incluindo celulares e mobília.
Este esforço de vigilância e planejamento é parte de uma estratégia mais ampla da célula "Sintonia Restrita" do PCC, que se dedica a planejar ataques e assassinatos de autoridades, como policiais, promotores e políticos. A operação "Irrestrita" também visa interromper atividades criminosas como homicídios e tráfico de armas ilegais realizados pelo grupo.
Esta operação é um desdobramento de outra realizada em março, que já havia exposto intenções do PCC de atacar o senador Sergio Moro e o promotor Lincoln Gakiya, com o objetivo de negociar a libertação de líderes da facção presos em penitenciárias de segurança máxima.
O envolvimento da cúpula do Sistema Penitenciário Federal e da Secretaria Nacional de Políticas Penais na questão reforça a seriedade e complexidade do desafio imposto por essas ameaças, indicando um esforço contínuo das autoridades para neutralizar as ações do PCC e garantir a segurança de figuras públicas essenciais para o funcionamento democrático do país.