Governo pede investigação da PF sobre fake news que teria influenciado alta do dólar

A Advocacia-Geral da União (AGU) acionou a Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (18) para que seja aberta uma investigação sobre a disseminação de uma notícia falsa que, segundo o governo, teria impactado diretamente a cotação do dólar. Nos últimos dias, a moeda americana atingiu patamares históricos de valorização.

De acordo com a AGU, o conteúdo falso envolvia o nome de Gabriel Galípolo, indicado para assumir a presidência do Banco Central (BC). A ação foi impulsionada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), que, na terça-feira (17), acionou a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD) após identificar publicações no X (antigo Twitter) que atribuíam declarações falsas a Galípolo.

Além de solicitar a intervenção da PF, a AGU pediu que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) inicie um procedimento administrativo para apurar o caso.

Impacto no mercado financeiro

Conforme comunicado da AGU, "as postagens trazem posicionamentos desprovidos de qualquer fundamento, prontamente desmentidos pelo Bacen, mas que ganharam repercussão significativa no mercado financeiro e em páginas e perfis especializados em análise econômica, fato que gerou impactos negativos na cotação do dólar".

A reação do mercado foi imediata. Nesta quarta-feira (18), o dólar registrou uma nova máxima histórica em relação ao real, alcançando a cotação de R$ 6,26. O aumento ocorreu no mesmo dia da aprovação do texto-base de uma das propostas do pacote fiscal apresentado pelo governo federal no Congresso Nacional.

Desde o início da semana, a moeda americana já acumula uma alta de 3,85%. No mês de dezembro, o avanço é de 4,44%, enquanto no acumulado de 2024, o dólar já registra uma valorização expressiva de 29,15% frente ao real.