Laudo do IML aponta sinais de tortura no corpo de enfermeira, diz delegado

O corpo de Priscila foi encontrado no último sábado (20), próximo a uma estrada de terra que passa por uma plantação de eucalipto, no município de Ipaba-MG

Por Plox

23/03/2021 15h27 - Atualizado há cerca de 3 anos

Durante coletiva de imprensa na tarde dessa segunda-feira (22), o delegado Alexandro Silveira Caetano, da Polícia Civil de Santana do Paraíso-MG, contou que o laudo do IML constatou sinais de tortura no corpo da enfermeira Priscila Cardoso da Silva, de 35 anos, morta após ser levada por um indivíduo no bairro Cidade Nova.
Segundo o delegado, os exames no Instituto Médico Legal de Ipatinga-MG encontrou indícios de tortura e ossos do braço, perna e dedos da mão quebrados. 
O corpo de Priscila foi encontrado no último sábado (20), próximo a uma estrada de terra que passa por uma plantação de eucalipto, no município de Ipaba-MG. A vítima foi localizada próximo a uma lagoa, sem blusa e com o zíper da calça aberto.
Ainda de acordo com o laudo e informações repassadas pelo delegado, ainda não há informações que mostrem um possível abuso sexual.

Foto: Jota Passos


Segundo o delegado de Santana do Paraíso-MG, Alexandro Silveira Caetano, a Polícia Civil da cidade teve conhecimento do crime na terça-feira (16) pela manhã. Neste momento, as diligências foram iniciadas, indo até o posto médico do bairro Cidade Nova, onde a vítima foi sequestrada. As imagens foram registradas por câmeras de monitoramento de um bar próximo.
Priscila Cardoso da Silva, de 35 anos, foi vista pela última vez por volta das 16h, saindo da Unidade Básica de Saúde do bairro Cidade Nova, onde trabalha. Em contato com uma colega de trabalho da profissional de saúde, ela informou que Priscila encerrou o expediente na companhia de outros dois funcionários e cada um seguiu o seu rumo.
Como de costume, Priscila deixou o carro dela estacionado na rua do posto de saúde, um Onix PZL - 5521. Imagens de um circuito interno de segurança próximo ao posto teriam flagrado um carro do mesmo modelo se deslocando sentido a Ipatinga.

Conforme consta no boletim de ocorrência, foram averiguadas imagens de câmeras, em que foi possível ver que a vítima foi abordada por um homem trajando calça jeans, camisa azul, boné vermelho e máscara preta, que colocou a mão sob camisa, simulando estar armado.

De acordo com a imprensa baiana, a polícia militar da 87ª Companhia Independente teria chegado ao veículo através do sistema de rastreamento, numa ação deflagrada nessa terça-feira (16).

Segundo um colaborador do PLOX, da Bahia, o veículo foi localizado já em processo de desmanche na rua Valdino Ferreira de Queiroz, no bairro Setor Bahia Sul, em Teixeira de Freitas. O carro estava de posse de um homem de 36 anos, que é mecânico.

Conforme relatado, com o homem também foram encontrados três celulares, duas placas policiais OWP-6496 de Orizânia-MG, além de R$ 4.100 em espécie.

Advogado de assassino da enfermeira também defendeu assassino do jornalista Rodrigo Neto
Um arquivo de áudio compartilhado nas redes sociais, incluindo grupos de Whatsapp de pessoas da região do Vale do Aço-MG, pelo advogado Rodrigo Capa, causou forte indignação e revolta em grande parte da população. 

Em entrevista a uma emissora de rádio de Ipatinga, o advogado disse que foi ele mesmo que postou o referido áudio. Ele se mostrava extremamente irritado com a reação da população à sua pessoa. O advogado explicou que a tese que ele usará como defesa é de que a vítima era amante do acusado de tê-la matado, Reginaldo Ferreira de Souza, conhecido como “Pau Veio”.

 

O acusado tem várias passagens pela polícia, inclusive homicídio. O condenado pela Justiça por ter matado o jornalista Rodrigo Neto, Alessandro Neves Augusto, o “Pitote”, também foi condenado por ter matado o fotojornalista Walgney Assis de Carvalho, em 2013. Ele cumpre uma pena de 14 anos e três meses de prisão por matar “Carvalho” e 16 anos por matar Rodrigo Neto.

Novas falas de advogado geram mais revolta nas redes sociais

 

Após a divulgação da entrevista à emissora de rádio, as falas do advogado geraram mais revolta e indignação nas redes sociais. 

 

Vários internautas fizeram duras críticas ao advogado. Quanto a tese a ser defendida de que a vítima teria provocado a própria morte, vários usuários das redes sociais chamaram essa versão de “injusta”, “fantasiosa”, “descabida”, “desrespeitosa com a vítima e familiares” e “recheada de pura maldade”.

Acusado diz ser amante de vítima, mas não sabe o nome dela

Aos 0:34 segundo do vídeo, o acusado demonstra não saber o nome da mulher que afirmam que ele teria um caso amoroso.

 

 

 

“Assisti ao vídeo daquele bandido falando da ocorrência. Interessante, né? Tudo que ele falou foi exatamente a tese defendida pelos defensores, mas ao ser questionado pelos policiais sobre qual era o nome da enfermeira, Priscila Cardoso, ele respondeu que é: ‘Patrícia’. A defesa ensinou tudo direitinho, pena que o tempo foi corrido ele não conseguiu aprender o nome de sua ‘amante’. Pura chacota e desrespeito da inteligência das pessoas”, afirmou uma internauta, se referindo ao vídeo do depoimento divulgado nas redes sociais.

“Engraçado, o bandido diz que ele e a vítima eram amantes por cerca de 3 meses. Tão novo e já com alzheimer? kkkkk”, afirmou outra internauta.

“Parecia que nesse caso era impossível, mas, inacreditavelmente, estão dizendo que a vítima é responsável por sua própria morte. Esse bandido e toda a corja que o serve merece um buquê de flores. Ou uma coroa de flores seria um presente melhor”, afirmou uma comerciante de Coronel Fabriciano.

Além do escritório do advogado Rodrigo Capa, que defendeu o assassino do famoso caso, a morte do jornalista Rodrigo Neto, o outro escritório, que também defende Reginaldo Ferreira de Souza, do advogado Eliseu Brasil, foi também responsável pelo caso da prisão da advogada Caroline Leite Lúcio, em 2012, na época com 35 anos. Ela foi condenada sob acusação de ter oferecido dinheiro ao militar comandante de uma viatura para que liberasse alguns traficantes que ele estava conduzindo para a delegacia de Ipatinga. À época, a reportagem do PLOX conversou com o militar e teve acesso ao vídeo mostrando a denúncia.

 

O PLOX também acompanhou as oitivas conduzidas pelo delegado do caso, Rodrigo Manhães, que determinou o envio da acusada para o Ceresp. Logo após ter acompanhado a entrada da advogada na viatura policial, a reportagem também conversou com o advogado dela, Eliseu Brasil, ainda na delegacia. Ele disse que usaria como defesa o fato da advogada ter uma criança pequena.

De fato, o advogado conseguiu êxito, e a Justiça concedeu à Caroline Leite o cumprimento da pena em regime aberto. Ou seja: fora da cadeia.

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