'Chuva de aranhas' impressiona moradores de São Thomé das Letras e viraliza na web

Uma cena inusitada em São Thomé das Letras, no Sul de Minas Gerais, surpreendeu moradores e visitantes: uma gigantesca teia de aranha tomou conta do céu da cidade, formando o que muitos chamaram de “chuva de aranhas”. O registro foi feito pela ativista ambiental Bruna Naomí, que compartilhou o momento nas redes sociais no fim de dezembro. O vídeo rapidamente viralizou, gerando comentários divertidos e, em alguns casos, espantados. "Me informa que cidade é para evitar um ataque do coração", brincou um seguidor.

Espécie social e inofensiva
As aranhas que protagonizam o fenômeno pertencem à espécie Parawixia Bistriata, conhecida por hábitos sociais e pela construção de teias comunitárias de grandes proporções. Segundo Bruna, que deixou São Paulo para morar na pacata cidade mineira, “essas cenas fazem parte do cotidiano, até mesmo em uma simples ida ao mercado”. Em sua publicação, ela tranquilizou os internautas: “Elas fazem essa teia gigantesca que atravessa a estrada, passam o dia dormindo e saem no final da tarde. Não oferecem risco aos humanos”.

Condições ideais e período reprodutivo
De acordo com a bióloga Fernanda Raggi, o fenômeno é comum em áreas rurais entre dezembro e março, quando o clima quente e úmido favorece a atividade das aranhas. “As teias podem reunir até 500 aranhas e são construídas para reprodução e alimentação. Durante essa fase, os insetos capturados alimentam os filhotes e as fêmeas em reprodução. É uma das poucas espécies da natureza que apresenta esse comportamento social”, explicou Raggi.

Recomendações para encontros inesperados
Embora a espécie não seja venenosa para humanos, é recomendável cautela ao encontrar uma dessas teias. A bióloga alertou que, caso uma aranha sinta-se ameaçada e ocorra uma picada, é importante procurar assistência médica imediatamente. “Apesar de serem inofensivas, os sintomas podem incluir dor de cabeça, convulsões e confusão mental”, acrescentou.

Construção das teias: um espetáculo natural
O processo de construção dessas teias é igualmente fascinante. As aranhas iniciam o trabalho durante o pôr do sol, momento estratégico devido à maior atividade de insetos noturnos, que acabam ficando presos na teia. “Elas levam cerca de uma hora para concluir a teia. Essa sincronia é essencial para garantir alimento e proteção ao grupo”, concluiu Raggi.