O que mudou para a diarista que pediu uma refeição em troca de faxina

Foi criada uma rede de solidariedade para tentar ajudá-la

Por Plox

26/07/2019 08h14 - Atualizado há mais de 5 anos

Uma mulher chamada Ana Paula, de 37 anos, postou um anúncio em seu Facebook oferecendo serviço de faxina em troca de uma refeição. A diarista, moradora do bairro esplanada, em Belo Horizonte, estava passando por dificuldades com a dispensa vazia e sem emprego. Ana Paula recebeu propostas de serviço, doações e até mesmo ajuda para uma recolocação profissional. Ela conta que foi surpreendente, pois não esperava que muita gente a procurasse. Para ler mais sobre o sua história clique >>> aqui <<<.

Entretanto, Ana Paula ganhou mais do que uma refeição, ela encontrou solidariedade. Um grupo de mulheres criou uma rede de solidariedade para tentar ajudá-la. Uma comerciante chama Gracieley Izaú, mais conhecida como Gracy, é uma das que tomaram frente do trabalho. “Tive o primeiro contato quando ela usou as redes sociais para perguntar se alguém poderia imprimir apostilas para ela estudar para um concurso. Resolvi ajudar, ela fez dois concursos e chegou a ser aprovada, mas ainda não foi chamada”, conta. Ana fez algumas faxinas para Gracy, que foi só elogios: “É uma faxineira muito caprichosa e atenciosa”, ressalta.

(Foto: arquivo pessoal)

(Foto: arquivo pessoal)

Quando viu um novo apelo de Ana nas redes sociais, Gracy e umas amigas se reuniram em prol de tentar ajudá-la. “Como trabalho com roupa, vou disponibilizar alguns looks para ela usar em entrevistas. Já separei algumas peças para ela experimentar. Outra parceira nossa doou uma cesta básica”, conta.

Não satisfeitas, as amigas criaram uma campanha para arrecadar donativos e abrir uma conta para quem preferisse doar em dinheiro. A postagem deu resultado, mas não como o esperado. “Muitas pessoas comentam, até se dispõem, mas não se movem”. Ela conta que “sobre os alimentos, recebemos poucos, que somente três pessoas entregaram. Essa solidariedade toda das redes sociais às vezes não é real. Tem gente que pediu para eu comprovar que a pessoa existe”, lamentou.

(Foto: arquivo pessoal)

(Foto: arquivo pessoal)

Mas o grupo não se deu por vencido. Em meio a pedidos de ajuda, também está o pedido de assistência jurídica para que Ana Paula possa voltar a lutar pela guarda do filho, que perdeu em um período difícil de sua vida em 2017: “Tive um período muito complicado. Fiz uso de substâncias, usava maconha. Fiquei um mês internada em uma comunidade terapêutica”, conta Ana.

No período em que esteve internada, a mãe de Ana Paula gerou um boletim de ocorrência contra ela, que conta: “Nesse período, minha mãe decidiu tirar meu filho de mim (um garoto então com 2 anos). Gerou um boletim de ocorrência com um monte de inverdades. Chegou a falar que eu era garota de programa. Ninguém exigiu sequer que ela provasse. Nunca estive sequer diante de um juiz. Hoje não tenho contato com meu filho”, se entristece. Mas o grupo diz que Ana não merece passar pela situação e defende: “Ela é uma mulher guerreira, que não merece passar por isso”, finaliza Gracy.

Atualizado às 10h35

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