Marçal reitera desejo de múltiplas lideranças e refuta confronto com Bolsonaro

Em meio a uma disputa acirrada pela prefeitura de São Paulo, o empresário Pablo Marçal (PRTB), que enfrenta o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Jair Bolsonaro (PL), procurou dissipar preocupações sobre um possível racha na base bolsonarista. Em uma recente entrevista à “GloboNews”, Marçal foi enfático ao afirmar que não busca rivalizar com Bolsonaro ou tirar seu lugar como líder.

Rejeição à competição direta

“Não quero tomar nada do Bolsonaro”, declarou Marçal, reafirmando que seu objetivo não é substituir o ex-presidente como figura central do movimento. “Eu quero é que tenha mil Bolsonaros, mil Pablos. Ele é o maior líder e ninguém vai tirar isso dele. Eu não quero esse peso, de ser o cara. Quero servir o povo de São Paulo”, disse o candidato, sublinhando seu foco em contribuir para a população local sem desestabilizar a liderança de Bolsonaro.

Confronto com Carlos Bolsonaro e críticas à campanha passada

Marçal também não poupou palavras ao se referir a Carlos Bolsonaro (PL), vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente. O empresário renovou ataques ao vereador, chamando-o de “retardado” e atribuindo-lhe a responsabilidade pela centralização das decisões na campanha eleitoral anterior, o que, segundo Marçal, teria levado à derrota de Lula (PT).

Além disso, Marçal criticou a postura de Carlos Bolsonaro em relação à eleição municipal no Rio de Janeiro, onde Alexandre Ramagem (PL), apoiado pela família Bolsonaro, está concorrendo à prefeitura. “O Carlos é um cara ciumento”, afirmou Marçal, destacando que, em vez de se preocupar com a campanha de Ramagem, o vereador está mais focado em atacar Marçal em São Paulo. “Em vez de se preocupar com o Ramagem, que eu inclusive vou ajudar, ele está mais preocupado comigo em São Paulo”, acrescentou.

Contexto eleitoral e apoio de Bolsonaro a Nunes

A candidatura de Pablo Marçal coloca-o em oposição direta a Ricardo Nunes, que além de ser o atual prefeito, tem o respaldo de Bolsonaro e do Partido Liberal (PL). Esse apoio fortalece Nunes na disputa, tornando a eleição um campo de batalha importante dentro da direita brasileira. Marçal, entretanto, parece focado em garantir que sua candidatura não seja vista como um desafio à liderança de Bolsonaro, mas sim como uma expansão das forças políticas dentro do bolsonarismo.