Facção do Ceará comandava ataques a provedores escondida na Rocinha, diz MP
Operação conjunta no Rio revelou que criminosos cearenses ordenavam crimes à distância e estavam escondidos em área de mata na Rocinha
Por Plox
31/05/2025 15h35 - Atualizado há 2 dias
Uma operação conjunta entre o Ministério Público do Ceará (MPCE), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Militar do RJ revelou que os ataques contra provedores de internet no Ceará foram comandados por criminosos escondidos na comunidade da Rocinha, na Zona Sul da capital fluminense.

Segundo as investigações, membros do Comando Vermelho que atuam no Ceará exigiam o pagamento de propina das empresas de internet para que pudessem operar. Quando os pagamentos não eram realizados, os criminosos retaliavam com destruição de veículos e outros ataques violentos. Essas ações atingiram regiões periféricas de Fortaleza, municípios da Região Metropolitana e até o interior do estado.
Durante a operação, iniciada ainda na madrugada de sábado (31), os agentes buscavam cumprir 29 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão. No entanto, nenhuma liderança da facção foi capturada. Informações apuradas apontam que, com a chegada da polícia, os criminosos fugiram para uma área de mata próxima, dificultando a localização dos alvos.
Na ação, foram apreendidos quatro fuzis, duas pistolas, um revólver, um fuzil de airsoft, munições e drogas ainda em processo de contabilização. Um dos suspeitos, que tinha mandado de prisão em aberto, foi detido.
As investigações também indicaram que os criminosos oriundos do Ceará pagavam uma espécie de taxa a bandidos do Rio de Janeiro em troca de proteção. Eles estavam abrigados em um imóvel em uma área conhecida como Dioneia, de difícil acesso. Na fachada do prédio onde o grupo se instalou, havia uma bandeira do estado pendurada.
O Ministério Público do RJ estima que o grupo tenha ordenado ao menos mil mortes nos últimos dois anos, além de praticar homicídios e roubos. Cerca de 80 criminosos estariam vivendo atualmente na Rocinha, segundo os promotores.
A operação, que une esforços entre forças de segurança dos dois estados, continua em andamento, com foco na captura das lideranças foragidas e na contenção das ações criminosas articuladas à distância.