Apoiadores lotam ruas; Bolsonaro demonstra poder e critica STF

"O Supremo Tribunal Federal perdeu as condições mínimas de continuar dentro daquele tribunal", disse o presidente

Por Plox

07/09/2021 13h28 - Atualizado há mais de 2 anos

Como parte das manifestações ocorridas neste feriado de 7 de Setembro em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e em crítica aos ministros do STF, o presidente discursou em carro de som nesta manhã, em Brasília. “Não mais aceitaremos que qualquer autoridade, usando a força do Poder, passe por cima da nossa constituição. Não mais aceitaremos qualquer ação que venha de fora das quatro linhas da constituição. Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica, da região dos Três Poderes, continue barbarizando a nossa população. Não podemos aceitar mais prisões políticas. Ou o chefe desse poder enquadra o seu, ou esse poder pode sofrer aquilo que não queremos”, disse.


Sem citar nomes, mesmo assim ficou claro que o presidente se referia aos ministros do Supremo Tribunal Federal, especificamente ao ministro Alexandre de Moraes, que nos últimos dias tem determinado várias prisões aos apoiadores de Bolsonaro. Segundo o presidente, "o Supremo Tribunal Federal perdeu as condições mínimas de continuar dentro daquele tribunal".

 

Apoiadores lotam ruas e Bolsonaro demonstra poder e critica STF
Apoiadores lotam ruas e Bolsonaro demonstra poder e critica STF - Foto: reprodução Facebook

 

Bolsonaro anunciou que fará outro pronunciamento na avenida Paulista, em São Paulo, ainda neste feriado, durante as manifestações. "Cada um de nós deve se curvar à nossa Constituição. Temos essa obrigação. Se queremos a paz e harmonia, devemos nos curvar à constituição", completou o presidente. "Peço que me ouçam hoje às 16h na Paulista, como chefe do executivo seria mais fácil ficar em casa, mas como sempre disse: sempre estarei onde o povo estiver. Vou a SP e retorno, amanhã estarei no Conselho da República juntamente com os ministros, juntamente com presidente da Câmara, do Senado e do STF, com esta fotografia de vocês. Vou mostrar pra onde nós todos devemos ir.", discursou Bolsonaro.

 

Veja o ovídeo do discurso de Bolsonaro


Manifestantes que participam desses atos afirmam que os mesmos estão sendo feitos para demonstrar apoio ao presidente Bolsonaro e para criticar a atuação do Supremo Tribunal Federal. Segundo os manifestantes, os ministros têm agido fora da Constituição, visando interesses próprios e com interesses políticos, determinando prisões, buscas e apreensões dos que seriam apoiadores do presidente.

 

Apoiadores lotam ruas; Bolsonaro demonstra poder e critica STF
Foto: divulgação

 

Reações

Logo que as palavras do presidente Jair Messias Bolsonaro foram proferidas começaram as reações. As mais contundentes vieram dos próprios ministros do STF e dos veículos de comunicação que assumiram abertamente uma campanha para destituição de Bolsonaro do poder, mais especificamente a Rede Globo de Televisão e os canais ligados ao jornal Folha de São Paulo. Esses veículos passaram a não se limitar à apresentação dos fatos do dia,  transformaram a sua programação em espaço para emissão de opiniões contra as atitudes do presidente da República. A atitude de não apenas noticiar mas desqualificar, antes velada, passou a ser assumida por esses canais. De acordo com o presidente, essa atitude dos veículos de comunicação seria em retaliação a sua decisão de cortar uma grande verba publicitária que era destinada a esses canais de comunicação e que, por isso, não o querem no poder.

Os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso usaram as redes sociais. Eles não falaram de forma direta contra Bolsonaro, mas de forma dissimulada o criticaram.

Alexandre de Moraes escreveu: "Nesse Sete de Setembro, comemoramos nossa Independência, que garantiu nossa Liberdade e que somente se fortalece com absoluto respeito a Democracia", disse o ministro do STF.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, também falou de forma indireta. "Brasil, uma paixão. Brancos, negros e indígenas. Civis e militares. Liberais, conservadores e progressistas. Desde 88, a vontade do povo: Collor, FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro. Eleições livres, limpas e seguras. O amor ao Brasil e à democracia nos une. Sem volta ao passado", escreveu Barroso.

 

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