Vale do Aço registra mais de 1000 mortes em um ano de pandemia
Mais de 45 mil casos confirmados, abre e fecha do comércio, desemprego, fechamento de lojas e toque de recolher
Por Danielle Soares
02/04/2021 17h03 - Atualizado há cerca de 4 anos
No mês de março foi completado um ano de pandemia do novo coronavírus. Só na Região Metropolitana do Vale do Aço, em Minas Gerais, composta pelas cidades de Ipatinga, Santana do Paraíso, Coronel Fabriciano e Timóteo, foram registradas 1030 mortes.
O que antes parecia ser distante ficou perto após a confirmação do primeiro caso de contaminação em Ipatinga. O que poucos podiam imaginar era que um conhecido, amigo ou até mesmo familiar poderia morrer da doença. Apenas um caso foi o suficiente para desencadear uma série de contaminações e fazer milhares de vítimas da Covid-19 na região.
Incluindo o número de mortes já mencionado, até o dia 31 de março, pelo menos 47 mil e 226 pessoas sentiram algum sintoma da doença no Vale do Aço. Com isso, a procura por atendimento médico em postos de saúde aumentou e, consequentemente, com o agravamento do estado de saúde, leitos de UTI ficaram cada vez mais insuficientes.

Uma das mortes que mais chamou a atenção no Vale do Aço ocorreu em julho de 2020. Um menino de apenas 2 anos de idade, considerado na época a vítima mais jovem do novo coronavírus em Minas Gerais. Ele já lutava contra uma leucemia rara e recebia acompanhamento no Hospital Márcio Cunha.
Durante esses 12 meses, a população conviveu com o abre e fecha do comércio, principalmente em Ipatinga, onde bares, restaurantes e serviços não essenciais do shopping ficaram com as portas fechadas por pelo menos cinco meses. Por um lado, a pandemia mostrou a todas as categorias novas formas de trabalho, o sistema delivery, o home office e outros. Por outro lado, gerou desemprego e fechamento de lojas.

Quanto ao home office, sempre existiu essa alternativa. Mas, com a pandemia ela ficou mais comum e dividiu a opinião de muitos. O ensino remoto de escolas públicas e privadas, faculdades e capacitação profissional trouxeram desafios para o desenvolvimento do aluno e uma nova metodologia para o professor. O distanciamento social continua sendo pauta de diversas discussões a respeito da saúde mental.
Uma coisa ficou clara, mesmo com o avanço da tecnologia, que permite o contato à longa distância, não é possível “matar” completamente a saudade de uma conversa olho no olho, um abraço, uma reunião entre amigos. É só relembrar que, com a diminuição na curva de contágio da Covid-19 no ano passado, houve um afrouxamento nas medidas preventivas e aglomerações começaram a ser vistas com mais frequência.

Atualmente, novo ano, porém a pandemia continua fazendo várias vítimas e leitos 100% lotados. Um dos momentos considerados mais críticos da doença em que profissionais de saúde temem a morte por falta de assistência hospitalar - no Vale do Aço nenhum caso dessa natureza foi registrado até o momento.
Trazendo esperança, de acordo com a última atualização do mês de março, 33.577 pessoas receberam a primeira dose da vacina e 10.128 a segunda, na Região Metropolitana, com exceção de Santana do Paraíso que não divulgou o balanço. Contudo, o período de um ano fecha com a fase mais rígida da pandemia, na qual todo o Estado de Minas Gerais foi colocado em Onda Roxa, com fechamento novamente de atividades não essenciais e toque de recolher entre 20h e 5h.