Delegado detalha como foi o assassinato da enfermeira no Vale do Aço

As investigações tiveram início na terça-feira (16), um dia após o sumiço da mulher

Por Plox

22/03/2021 17h17 - Atualizado há cerca de 3 anos

Nesta segunda-feira (22), em coletiva de imprensa virtual, a Polícia Civil e Polícia Militar dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia, incluindo a Polícia Rodoviária Federal, detalharam sobre o caso da enfermeira Priscila Cardoso da Silva, de 35 anos, sequestrada e morta na última segunda-feira, dia 15.

Foto: Reprodução

 

Segundo o delegado de Santana do Paraíso-MG, Alexandro Silveira Caetano, a Polícia Civil da cidade teve conhecimento do crime na terça-feira (16) pela manhã. Neste momento, as diligências foram iniciadas, indo até o posto médico do bairro Cidade Nova, onde a vítima foi sequestrada. As imagens foram registradas por câmeras de monitoramento de um bar próximo.

Neste primeiro momento, o suspeito ainda era desconhecido. Após um grupo criado no WhatsApp, com policiais da PRF, PM e PC, eles começaram a investigar o desaparecimento e, em seguida, a PRF avisou sobre o veículo ter passado em Governador Valadares, sentido a Teixeira de Freitas-BA.

A princípio, a Polícia suspeitava apenas de sequestro com possibilidade de pedido de resgate. Às 20h de terça, o veículo foi localizado em Teixeira de Freitas pela polícia da Bahia. O carro foi localizado com a placa traseira já desparafusada  com o suspeito de receptação, um mecânico de 36 anos. Ele ainda será investigado como suspeito de ter encomendado o carro, já que no local foram localizadas outras duas placas diferentes, mas que batiam com as características do carro de Priscila, ou seja, com a possibilidade de clonagem.

 

Foto: reprodução

 

O delegado também detalhou que, com o apoio de uma empresa de ônibus, eles conseguiram dois nomes de passageiros que haviam comprado passagem de Teixeira de Freitas para Ipatinga-MG. Foi quando a Polícia identificou Reginaldo, que já tinha passagens pela polícia, e começou a ser monitorado.

Em seguida, a polícia conseguiu descobrir o hotel em que ele estava hospedado em Teixeira de Freitas.  A Polícia Civil pediu um mandado de prisão, que em menos de duas horas foi liberado, e começaram a procura por ele. Contudo, Reginaldo conseguiu fugir, possivelmente em um táxi, ao saber da repercussão do caso.

Na quinta-feira (18), a PM conseguiu a informação da residência de Reginaldo no bairro Bethânia, em Ipatinga, e conseguiram descobrir o horário de chegada e saída dele do local no dia do desaparecimento, colaborando para as investigações.

Ao descobrir que ele estava em Guarapari, onde ele foi preso na noite da última sexta-feira (19), a PC saiu do Vale do Aço sentido a cidade capixaba. A equipe chegou por volta de 5h30 de sábado. Reginaldo foi perguntado sobre o paradeiro de Priscila e informou que ela estava morta desde o primeiro dia do desaparecimento.

Foto: Reprodução

 

A polícia foi até o local informado pelo suspeito e encontrou o corpo de Priscila em uma estrada vicinal de acesso a cidade de Ipaba. Segundo a Polícia, a versão de Reginaldo, antes mesmo de ter contato com o advogado, é de que ele teria tido um relacionamento com a enfermeira durante três meses e tentou fazer com que ela voltasse com ele, foi quando ela foi levada para o local onde foi encontrada, porém, segundo ele, de forma voluntária. Durante uma discussão, houve um tiro acidental e ele fugiu.

Priscila Cardoso da Silva, de 35 anos, foi vista pela última vez por volta das 16h, de segunda-feira (15). Foto: reprodução

 

A Polícia está apurando o caso, mas desconfia da versão já que o homem não soube informar o nome correto da vítima, a idade dela, contato telefônico, amigos em comum e não sabia que ela possuía uma tatuagem na perna.

A polícia acredita que a vítima pode ter sido monitorada pelo homem durante alguns dias. A polícia contou que Reginaldo saiu a pé do centro de Ipatinga até a Unidade de Saúde, cerca de 3km, chegando no momento exato da saída de Priscila do seu serviço, onde tudo aconteceu.

Conforme as informações, ainda não tem nada que prove ou mostre um possível abuso sexual, mesmo com o zíper da calça estando aberto, mas, ao ter acesso ao laudo do IML, o delegado constatou que no corpo da enfermeira foram encontrados indícios de tortura, como ossos do fêmur, dos dedos da mão e do braço quebrados, além de um dente fraturado.

As informações dão conta de que não há, até o momento, qualquer outro suspeito que tenha envolvimento no crime.

Ao contrário do que diz o advogado de defesa de Reginaldo, o delegado disse que o homem tem quatro passagens só em MG, com registro na Folha de Antecedentes criminais (FAC). Ele ficou morando cerca de 20 anos no Espírito Santo e na Bahia, e nesses estados teve várias passagens.

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